7. Aproximação

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Para:  anne_collins01 

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Para:  anne_collins01 


::ANA::


Já fazia duas semanas que estávamos com Ana, eu me recuperava mais vagarosamente do que o esperado embora o efeito do sangue de Ferdinan sobre as feridas tenha sido o motivo de eu ter conseguido me recuperar. Todos os dias, para que eu não me sentisse entediada com as longas horas de repouso a que era submetida, ele me levava para dar um passeio nas redondezas, embora não me deixasse fazer quase nenhum esforço com receio de as feridas abrirem novamente. Aos poucos nossa relação se modificava e nos tornávamos mais amigáveis um com o outro, não sei até qual ponto as lembranças influenciaram naqueles sentimentos, mas as brigas entre nós tornaram-se menos constantes embora ele ainda adorasse me irritar.

Confiar em Ferdinan não era difícil, o próprio jeito protetor e carinhoso dele, apesar de às vezes ser um pouco rude, ajudavam muito nisso. Ele era atencioso e vivia eternamente preocupado com tudo que dizia respeito à mim. Durante nossos pequenos passeios para respirar ar fresco — e ainda sob a farsa de que éramos casados — conversávamos sobre minhas supostas vidas anteriores, mas ele nunca falava diretamente do ponto de origem de tudo aquilo, muito menos do motivo pelo qual eu estava sendo caçada por demônios e, ao que ele deixava transparecer, anjos também.

Ele me olhava fixamente enquanto estávamos sentados à sombra de um carvalho. A temperatura amena me deixava a sensação de vigor, uma brisa suave soprava e o farfalhar das folhas era uma música suave. A ausência da rudeza de meu companheiro de viagem me inquietava, assim como o fato de ser alvejada por diversas sensações simultaneamente e não saber o que ou se queria sentir. Ferdinan estava ali com o propósito de me proteger e agora eu me lembrava de boa parte das coisas. De todas as lembranças que eu tinha dele, algumas ainda frágeis demais para serem nítidas, percebi que ele não havia mudado muito ao longo do tempo e comecei a me perguntar se anjos envelheciam.

— Somos anjos, Aneliese, não vampiros. — Disse ele com ar sério.

— Não seja intrometido, seu anjo mentiroso! — Repreendi-o. — Pare de ler meus pensamentos!

— Mentiroso? — Ele me olhou com ar de choque diante da palavra.

— Que ideia é esta de que somos casados?

— E que querias que eu dissesse, que eras minha irmã mais nova? — Retrucou ele, irônico. — Como explicaria a forma como olho para você?

Desviei o olhar, desconfortável com a colocação e tentei mirar meus pensamentos em outra direção.

— O que eles querem de mim?

— Já disse que não precisas se preocupar com isso agora. — Seu rosto ficou sombrio. — Não vou deixar que consigam de todo modo.

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