15. Destino Alterado

152 19 48
                                    

::ANA::

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

::ANA::

Fernando continuava imóvel no canto da parede e eu começava a ficar preocupada e irritada por me sentir incapaz de controlar meu próprio corpo. Não sabia por que vê-lo daquela forma me incomodava tanto, eu sequer o conhecia e, ao que parecia, ele estava sempre metido no que quer que estivesse acontecendo comigo. Mesmo que parecesse estar do meu lado. Ouvi-o chorar por horas a fio e aquela dor, ainda que desconhecida, também me afetava, também era estranhamente minha. Por essa razão decidi não me intrometer, deixei que ele chorasse e partilhei daquele momento com ele em silêncio, muitas vezes é a melhor resposta para alguém que sofre, eu sofria por causa daquela estranha que parecia comigo e morria violentamente a cada sonho estranho que eu tinha, e me perguntava agora se o fato de Fernando estar presente em todos eles de uma forma diferente era porque eu estava impressionada demais com ele ou se, de alguma forma, aquilo realmente aconteceu na vida dele, embora se julgar pela ambientação e as roupas eu achava muito pouco provável, ele não aparentava ter mais de 23 anos.

— Se sente melhor? — Perguntei quando ele finalmente se calou.

— Não. — Foi a resposta lacônica. Não havia mais em sua voz sinal da ternura que eu achei ter ouvido minutos antes de apagar.

— Sei que não adianta perguntar o que aconteceu, você não vai me dizer. — Suspirei. — Que lugar é esse, sua casa?

— Sim.

Me surpreendi por ele ter respondido a pergunta.

— Quem é você?

— Isso não importa, Ana. — Sua voz era mais calma agora. — Tente não perambular por aí à noite, é perigoso.

— Por algum motivo você sempre aparece quando preciso de ajuda, está me seguindo?

— Você se mete em encrenca com uma facilidade louvável. É um dom para poucos. — Ironizou.

— Não foi isso que eu perguntei.

— Tem alguma amiga com quem possa passar a noite hoje? — Perguntou ignorando o que eu disse.

— Por quê?

— Não vai conseguir andar por algumas horas, melhor dormir aqui, mas precisa ligar para o seu pai. O que vai dizer, Estou bem só vou passar a noite na casa de um completo estranho? Não acho que vai funcionar muito bem, não concorda?

Soltei uma lufada de ar e pedi meu celular com a mão, discando o número de Sandi, pensei inicialmente em Juliana, mas mudei de ideia depois do ocorrido naquela maldita festa. Sandi era uma das poucas amigas que eu mantive depois da faculdade, sempre que eu precisava de "cobertura" era a ela que eu recorria. Acertei as coisas e liguei para meu pai.

Sabe que horas são?! — Reclamou ele assim que atendeu.

— Desculpe, acabei me enrolando na conversa com a Sandi e vou dormir por aqui mesmo.

O ProtetorOnde histórias criam vida. Descubra agora