Capítulo 20 - Parte 1

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Ok, são só 2mil palavras, mas explico tudo em baixo. Comentem, pls. Boa leitura.

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Festas escolares organizadas por alunos, o que são? Festas escolares organizadas por alunos são festas pelas quais toda a gente mal pode esperar para ir, vai, não gosta, reclama do quão aborrecida foi durante uma semana ou duas e, quando se sabe de uma outra festa, o ciclo recomeça. A festa da Carly não foi diferente: foi uma festa pela qual todos esperavam e, agora, estão todos a andar de um lado para o outro, com copos meio vazios nas mãos, enquanto fingem dançar as músicas que as colunas cantavam a alturas estonteantes. A única coisa interessante e até mesmo engraçada eram os disfarces.

Para além dos sofás que eu não me lembro de termos pedido, existia também um concurso para melhor disfarce feminino e masculino. Como sou uma das doze da lista, o meu voto é obrigatório. Não via nada de interessante, estavam todos como eu: com um disfarce comprado. Onde estava a originalidade? De qualquer das maneiras, não vou criticar as pessoas que fizeram o mesmo que eu fiz. Talvez vote na Andy Miller, porque vir com um pijama de unicórnio e fingir que é o seu disfarce, para além de original, é um ato de grande coragem.

No meio da festa - literalmente no meio, mesmo -, gritam pelo meu nome. Estão centenas de pessoas à minha volta e constantemente em movimento; encontrar a voz não iria ser fácil. Porém, ela revelou-se. Mas que...

"Falaste da festa aos pais?" Indagou Mark, ligeiramente furioso.

"Sim, eles sabiam que eu estava a organ..."

"Não falo desta festa, falo da minha festa, da festa da Anna!"

Porque raios está a perguntar isto? O que é que se passou?

"Não, por..."

"A Martha também não foi, a Catherine e o Peter nem sonham, a mãe e o pai não vão simplesmente adivinhar!"

Por muito que tentasse perceber o que queria ele dizer com as suas palavras, eu não conseguia: "O que se passou?"

"À hora do jantar, a mãe disse que nos ia tirar as chaves de casa aos três no fim-de-semana em que estão para fora e que o vamos passar em casa dos avós. Ela sabe da festa, tenho a certeza." Explicou Mark, com os braços cruzados ao peito.

Talvez vote nele para o melhor disfarce masculino: veio de Mark, com as calças de ganga gastas, a T-Shirt dos Korn em pleno mês de... praticamente Novembro, e o mau humor estampado na cara. Reza a lenda que Mark Evans, o irmão mais velho horripilante, saía todas as noites de Halloween para chatear a irmã com assuntos cujo interesse é igual às horas de estudo da Martha: zero.

"Não tenho que te fazer. A não sei que arranjes maneira a expulsar os avós de casa, não há festa para ninguém."

Com esta frase, eu fiz exatamente aquilo que eu não queria fazer: eu dei-lhe uma ideia. Os pais da minha mãe adoram o Mark: foi o primeiro neto deles, por isso vai ser o primeiro a passar por todas as fases da vida, e tudo e mais alguma coisa. Se ele for bem-educado e souber dar um nível acertado de graxa, conseguirá pô-los a jogar bingo durante a noite toda ou outra coisa qualquer. é o Mark Evans, o irmão mais velho horripilante. De que estaria eu à espera.

"Nem pensar, Mark, não vais fazer a festa na casa dos avós!" Guinchei, alto e bom som, mas ninguém pareceu ouvir.

"Porque não?"

"Mark! Fazer a festa em tua casa já é mau, não vais fazer na casa dos outros! E se alguma coisa se estraga? Como vais explicar aos avós, aos pais, a toda a gente?"

"Calma, sua lunática. Eu desenrasco-me. Já agora, tenho um pressentimento de que aquele gajo está a olhar para as tuas pernas: não sei se fico feliz por estarem a olhar para ti, pela primeira vez na vida, ou se fico assustado por estarem a olhar para ti, pela primeira vez na vida."

Physical Education Teacher Z.M.Onde histórias criam vida. Descubra agora