Capítulo 20 - Parte 2

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Como esta é a parte 2 do último capítulo, é normal que seja mais pequeno. Mas prometo que o próximo é grandinho *aquela carinha*

Boa leitura!

*

Enquanto a Martha estava na enfermaria a vomitar e a ser tratada pelo Professor Malik, o único no meio destas centenas de estudantes capaz de fazer alguma coisa, eu fazia o que podia acerca do meu disfarce de Dorothy Gale, que mais parecia da cor da manteiga de amendoim do que azul. A maioria das manchas saíam, mas aquelas que já se tinham agarrado de tal maneira ao tecido recusavam-se a abandoná-lo. Com um cheiro nauseabundo e um vestido manchado com o jantar da minha irmã e suco gástrico, procurei o Harry pela multidão, em busca de um casaco. Tudo bem que a minha irmã tinha vomitado, mas, muito sinceramente, a minha preocupação era esconder o que se tinha passado. A culpa não é minha que ela beba tudo o que lhe dá na telha.

O Harry não tinha nenhum casaco que me pudesse emprestar, não sem ter de passar um grande frio o resto da noite. Nem a Carly nem a Miranda tinham casacos e, se o meu ficou sujo, o da Martha também ficou. A minha única salvação foi o Mark, que estava no centro do campo, a jogar Hóquei de Mesa e, pelo que percebi, a ganhar ao seu amigo Ronald. Sabendo eu que ele iria reclamar comigo se interrompesse o jogo, o que muito provavelmente resultaria em não ter casaco nenhum, fiquei atrás de todas as outras pessoas que assistiam, rezando para que nenhuma sentisse o cheiro e me mandasse embora.

Elas sentiam o cheiro, mas ninguém conseguia identificar a fonte devido ao cheiro a álcool que era exalado por todos à minha volta. Tal cheiro enjoava-ma mais depressa do que aquilo que, de facto, proveio de um enjoo inicial.

Assim que o jogo acabou, o Ronald desistiu, o que levou o Mark a sair. Entre o oceano de pessoas que falavam com ele, agarrei-lhe a manga do tão desejado casaco e puxei-o para o areal vazio. Inicialmente irritado com o meu ato, desatou a rir, posteriormente, do meu estado miserável.

"Quem foi o idiota que vomitou para cima de ti?" Questionou ele, entre gargalhadas histéricas sem fim.

"A tua meia-irmã mais velha." Resmunguei, se bem que usar alguém da família como resposta não mudou o seu estado de histeria. "Empresta-me o teu casaco."

"Ah... não. Vais sujá-lo por dentro."

Inspirei fundo. Obviamente, a minha maior vontade é berrar com ele e dizer que ele é o péssimo irmão que alguém pode ter, mas a resposta já é um não, e se não agir com calma, será não até ao final!

"Mark, as manchas que estão aqui já não vão sair, por isso o teu casaco não vai ficar sujo por dentro."

"E o que fazes ao cheiro?"

"Lavas o casaco!" Ripostei. "Por favor, eu não preciso de mais pessoas a olhar para mim e a ver que me vomitaram em cima."

"O que tenho eu a ver com as pessoas pensarem que te gregaram em cima?"

Decidi ficar calada e apenas olhar para ele. De qualquer das maneiras, deu-me o casaco cinzento dele, talvez por pensar que nunca mais o iria largar até mo dar. Ficando a nadar dentro dele, apertei o fecho até cima e saí do centro das atenções, procurando a saída do campo para ir ter com a Martha à enfermaria. A porta estava entreaberta, um feixe de luz branca que se estendia do teto baixo ao chão imundo. Ainda que fosse a minha irmã, bati à porta e esperei que me dessem autorização para entrar.

"Entra." Respondeu o professor. Empurrei a porta e deparei-me com a minha irmã deitada em três bancos juntos, com duas garrafas de água vazias no chão e o cabelo puxado para trás. "Ah, és tu."

"Diz à Stephanie que o que vem de baixo, não me atinge, Bella!" Balbuciou Martha, com uma voz arrastada e pesada. "E diz-lhe que toda a gente sabe que ela enche o sutiã com meias!"

Physical Education Teacher Z.M.Onde histórias criam vida. Descubra agora