Capítulo 52

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Aviso já que o início do capítulo é tipo... depressão atrás de depressão... e que o fim do capítulo é só rir e chorar de tanto rir. Vou ser sincera, nunca me ri tanto a escrever a PET, oh gente xd BOA LEITURA XD

Por favor, comentem este capítulo. Este capítulo é, sem dúvida, o que mais comentários merecem xd obrigada por tudo, já são quase 70 mil leituras!!! 

*

Segunda-feira, lá estava eu a deixar cair a mão abruptamente sobre o botão no topo do despertador para o calar. O que ganho em sair da cama? Precisarei mesmo de educação? Tenho mesmo de me preparar para a universidade? E porque faço eu estas mesmas três perguntas todas as manhãs se chego à conclusão de que, quer queira, quer não, vou ter de sair da cama?

A parte boa de acordar todas as manhãs é saber que o vou ver, seja logo de manhã - às segundas, quartas e sextas -, ou ao final da tarde - às terças -, ou apenas uma ou duas vezes no corredor. É melhor do que nada.

Como o ano novo foi na quinta-feira passada, o segundo período começou de imediato na segunda. Levei o meu tempo a mentalizar-me de que a velha rotina iria recomeçar, enquanto tomava um duche rápido. Meia hora depois, estava a descer as escadas para tomar o pequeno-almoço, parando mesmo a tempo, antes de entrar na cozinha: a minha mãe era a única lá.

Suspirei, ciente de que, se entrasse na cozinha, não iria receber um ledo bom dia, ou tampouco iríamos falar uma para a outra. Portanto, o melhor a fazer é esperar no meu quarto e vou para baixo quando ouvir uma das portas dos quartos dos meus irmãos a bater. Tal só aconteceu às sete e quarenta e cinco, e, por incrível que pareça, foi o Mark o primeiro a sair do quarto. Decidi segui-lo, perto o suficiente para ele parar a meio das escadas e se virar para mim, com profundas olheiras debaixo dos olhos:

"Estás bem?" Questionou.

A pergunta apanhou-me de surpresa. Pensei que iria perguntar porque o estaria a seguir tão de perto, ou que iria referir a mãe, algo do género - sempre terminando qualquer pergunta possível e imaginável com a palavra lunática -, mas tudo o que ele fez foi perguntar se eu estava bem.

"Porque não estaria?"

Ele encolheu os ombros e desceu os degraus restantes, fazendo o seu caminho para a cozinha. Só depois de ele entrar é que voltei a andar, mais preparada para um teste surpresa de Matemática do que para enfrentar a minha mãe, logo de manhã. Nenhum passo eu dera sem pensar na pergunta do Mark; perguntou se eu estava bem, e após obter a resposta não disse mais nada. Isto só comprovava o quão estranhas as coisas andam entre mim e ele, e entre mim e a Martha, e entre mim e toda a gente.

Há sete biliões de pessoas do mundo e a prima do Harry tinha de ser a única dentre as sete biliões capazes de me arruinar a felicidade.

"Bom dia." Cumprimentei, esperando ver a minha mãe, mas a única pessoa que lá estava era o Mark, a mexer nos armários.

"A mãe deixou um bilhete a dizer que foi trabalhar mais cedo." Avisou, apontando para um papel preso ao frigorífico por um íman.

Posteriormente, o Mark tira uma caixa de cereais do armário e desapareceu pelo corredor, com os cereais aos saltos dentro de um paralelepípedo de cartão. E agora?, o que é que vou comer?

***

O pai tinha trabalhado até tarde ontem à noite, por isso deixamo-lo dormir; o Mark levou o Peter e a Catherine meia hora mais cedo para a escola ("Não reclamem, é só de vez em quando!") e depois conduziu até à escola secundária.

Não era suposto ser assim. Nunca foi, porque teria de ser agora? O silêncio dentro deste carro era tanto que me parecia criar um zumbido junto dos meus tímpanos. Nem a porcaria da rádio estava ligada, e eu preferia mil vezes ouvir uma música de treta do que ter de falar comigo mesma, dentro da minha cabeça.

Physical Education Teacher Z.M.Onde histórias criam vida. Descubra agora