Capítulo 92

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Eu não vou dizer nada. Eu falo no final do capítulo.

Desafio: chegar aos 100 comentários.

Ontem o número de pessoas sóbrias conseguiu ultrapassar o número de pessoas embriagadas; talvez por Sábado ter sido o penúltimo dia da Viagem de finalistas as pessoas tenham querido dar uma última voltinha pela cidade (para alguns, a primeira volta pela cidade), para que Domingo, na última noite passada em Santiago de Compostela fosse a derradeira noite, em que conseguir aguentar-se em pé era considerado um falhanço.

De tal modo, Sábado foi um dia complicado para sair do meu quarto e ir ter com o Zayn: a sala de estar do Hotel estava cheia, o jardim interior estava cheio, até a receção estava cheia... de gente sóbria. Infiltrar-me no edifício onde os professores estavam tornou-se subitamente mais difícil, principalmente quando a professora Lowe a professora Samantha, a minha professora de Matemática, tinham decidido ir para a receção falar com os alunos. Para não levantar suspeitas, o Zayn fez o mesmo: sentou-se num dos bancos da receção, rodeado de alunos e alunas, e ficou lá quase até às três da manhã espanholas, hora em ambas as professoras decidiram ir dormir.

Contudo, lá consegui entrar no quarto dele... às seis da manhã, e não pude ficar muito mais do que uma hora. O sol já se havia erguido na sua totalidade quando saí, logo me deparando com uma fila de alunos da minha escola na máquina de café, esperando ingerir cafeína suficiente para os manter despertos o resto do dia. Confesso que a primeira coisa que fiz ao vê-los foi bocejar, até me vieram lágrimas aos olhos. Tenho dormido pouco e a horários muito diferentes, tendo destabilizado por completo o meu sono. É óbvio que quando chegar a casa vou adormecer às seis da tarde e acordar às duas do dia a seguir.

Quando cheguei ao quarto que partilhava com as raparigas, encontrei-o trancado pela primeira vez em toda a nossa estada. Bati à porta e esperei que alguém a abrisse, mas ninguém abriu; liguei à Carly pelo Whatsapp, liguei à Miranda, liguei à Katherine e, por fim, liguei à Marie, que foi a única a atender-me.

"Abre-me a porta, por favor." Pedi, voltando a bocejar. Estou a morrer, credo.

Segundos depois a porta fora aberta; entrei no quarto enquanto a Marie se voltava a deitar numa das camas agora separadas. O quarto estava submerso na escuridão devido às persianas totalmente fechadas. Ora bem, que vim eu fazer para aqui se não posso abrir as persianas sem que as acorde e comecem a reclamar comigo? Ótimo. Talvez vá dormir um pouco também.

"Acorda!" Berrou a Carly ao meu ouvido, já o quarto estava todo iluminado e o silêncio era inexistente. Fechei os olhos com força por causa da luz e ouvi um novo berro. "Já é tarde, Bela Adormecida."

O meu telemóvel ainda estava no bolso das minhas calças de quando me tinha deitado sem preocupação alguma. Tirei-o do bolso e vi as horas: onze de Espanha.

A sério.

É suposto sairmos daqui às onze e meia e estas desgraçadas acordam-me às onze? Eu tenho de fazer as malas, eu tenho de trocar de roupa, eu tenho de tomar banho, eu tenho de comer! Oh, esperem, é Domingo. Só vou embora amanhã. Espreguicei-me e bocejei - mais uma vez.

"É tarde para quê?" Perguntei, os braços esticados para cima.

"A turma toda vai almoçar junta."

"Ai vamos?" Desta não sabia.

"Sim. Se estivesses connosco ou ouvisses o que dizemos quando estás, terias sabido." Indireta captada, peço desculpa.

Vi o estado do meu cabelo no espelho da casa-de-banho e decidi que era melhor lavá-lo. Durante os vinte minutos perdidos na estreita casa-de-banho, tomei banho, passei uma gillette nas zonas onde os pêlos se começavam a ver - principalmente nas pernas -, penteei o cabelo e sequei-o o máximo que pude com o secador fraco do hotel, vesti-me e limei as unhas das mãos, que começavam a ficar grandes de mais para meu gosto.

Physical Education Teacher Z.M.Onde histórias criam vida. Descubra agora