You've got me feeling like a child now
'Cause every time I see your bubbly face
I get the tingles in a silly place
Bubbly - Colbie Calliat
O caos sempre fez parte da vida de Colin. Tudo nele era uma história sem começo e sem fim, perdida para sempre num meio confuso e emaranhado. Nada além dos nós de seus pensamentos, das ramificações de suas atitudes, da sua inquietação perante qualquer milésimo de segundo quieto existia para o garoto. Aquela era sua vida. Que ele odiava, particularmente, mas da qual jamais conseguira se soltar.
O garoto tentara. Deus sabe que tentara! Com todas as suas forças, com toda sua falta de jeito, com toda a dedicação que poderia ter, desamarrar as correntes que o aprisionavam naquele caos. Ele não gostava do que o cercava. Mas isso não quer dizer que tenha tido qualquer êxito para sair do olho do seu furacão particular.
O Garoto-Laranja nunca precisou de nenhum incentivo para piorar as coisas e, muito menos, de mais nada para deixar sua vida mais caótica do que sempre fora. Mas lá estava ele: aumentando ainda mais o ninho de confusão que seus dezenove anos de vida já lhe causara.
Certas pessoas nascem com dons: dons para música, para a arte, para os números, para a ciência, para o bem, para o amor, para a felicidade, para a sorte. O dom de Colin era a confusão.
Era exatamente nisso que ele pensava enquanto jogava mais uma caixa da sua mudança no chão do pequeno apartamento de Emily. Quando ele saiu de Galway para Dublin ele tinha um roteiro – escrito por seu pai, é claro – de tudo o que ele devia fazer para chegar onde queria chegar (no caso, onde seu pai queria que ele chegasse). O passo a passo era uma dica da última psicóloga que o garoto frequentou, numa tentativa de melhorar um pouco seus pensamentos e desejos quase sempre desconexos de suas atividades para conseguir alguma coisa.
Colin tinha certeza de que tinha esse roteiro ainda, perdido no meio de suas coisas agora encaixotadas desordenadamente. No seu bolso, no entanto, havia um outro roteiro. Um roteiro que Sir Phillipe jamais poderia desconfiar que ele tinha. Mas que mesmo assim o garoto guardava, sempre a uma esticada de mão, para que ele se lembrasse por que havia se mudado para Dublin, afinal.
O problema é que ter aquele roteiro a mão lhe mostrava que ele não havia feito nada para alcançar seu sonho. Nada para ele dera certo naquele ano e, agora, nem mesmo um lugar para ficar ele tinha.
— Já te falei pra desencanar disso – falou Emily, o cabelo azul preso no seu coque de sempre, enquanto ela estava só de short e um sutien azul bem a frente dele.
Uma coisa que deixaria os homens malucos, porque Emily tinha um belo corpo. Mas que para Colin era completamente inofensivo. Emily era como um homem para o garoto e era por isso que a amizade deles era tão natural, a ponto da menina não se sentir intimidada em ficar seminua na frente de um cara. Não que Colin realmente achasse que Emily ficasse intimidada com qualquer coisa, na verdade.
— Amigos são para isso, Colinzinho. E meu apartamento é como coração de mãe: sempre cabe mais um. É claro que não estamos falando nem da minha nem da sua mãe nesse quesito.
— Ei! – ele fez um leve protesto
Que morreu assim que Emily o olhou com os olhos azuis cerrados. Colin não era maluco de enfrentar aqueles olhos cerrados. Sua melhor amiga era sinistra demais para flertar com o perigo!
— Sejamos sinceros, Colin, sua mãe pode ser ótima, mas é péssima para peitar seu pai.
O garoto fez uma careta.
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Cores De Um Recomeço
Teen FictionA vida de Jéssica poderia ser resumida assim: duas músicas para acordar, cinco para tomar café, três para chegar a sua escola, montada em sua bicicleta laranja, quatro para ir para a casa da sua única melhor amiga. E ela estava muito bem assim, obri...