Don't Keep Love Around ¤ l.h

Capítulo 14.

O seu olhar permanece o mesmo. Preocupação e medo. Eu sei que ele está á espera de uma reaçao vinda de mim. E também sei exatamente qual. Por íncrivel que pareça eu não vou gritar ou bater-lhe ou dizer o quão estúpido ele foi.

Provavelmente já lhe o disseram. Durante este tempo em que nos encaramos não deixo transmitir qualquer tipo de emoção na minha cara. Se ele consegue ver o meu interior? Não. No dia em que alguém o fizer será o dia em que eu estiver num bloco cirurgico e a retirarem-me o cérebro.

-Eu... Desculpa.

-Eu desculpo.- digo-lhe com firmeza. A sua cara mostra-se surpresa e desconfiada. E tem razões para isso... nem eu faço ideia como neste momento não sinto a necessidade de me passar com ele.

-Não me vais bater ou chamar-me nomes ou dizer que eu sou um atrasado mental?

-Não... Tu assumiste o que fizeste e foi um acidente. Para além disso trouxeste-me para aqui. Surpreendeste-me.- merda. NÃO. Eu não posso ser honesta com ele. Eu não posso me deixar a mim mesma ver bondade na pessoa que ele é. Eu não o quero fazer. Quero continuar com a ideia e com aquilo em que acredito: ele é apenas um rapaz que não respeita as mulheres e só as quere para sexo ou para brincar com elas.

-Phoe estás bem?- abano a minha cabeça e levanto-me.

-Vai-te embora.- o meu olhar não se atreve a enfrentar o dele permanecendo num ponto invisível no chão.

-Porquê? Eu quero estar a cuidar de ti.

-Luke... Eu não quero que cuides de mim. Eu quero que te vás embora.

-Eu não estou a perceber.- ele vem até mim e com dois dedos no meu queixo faz-me olhar para ele.

-Afasta-te de mim. Eu quero esquecer-te. Esquecer o que me fizeste e esquecer a pessoa má que tu és e que me mostras-te ser.

-Eu mudei... Desde o dia em que te beijei pela primeira vez e em que conversei contigo sobre algo sério percebi o quanto tu eras diferente.

-NÃO, PÁRA.-Empurro-o com todas as minhas forças e sento-me no chão com as mãos na cara.

-Dizem sempre o mesmo. PÁRA DE BRINCAR COMIGO. Eu já nem digo para não brincares com os meus sentimentos porque por ti já não tenho nenhuns. Agora por favor sai daqui.

Ouço o suspirar e virar-se. Quando a porta é finalmente fechada deixo as lágrimas rolarem pela minha cara.

Eu nem percebo porque estou a chorar... Frustação talvez. Eu não o queria mais ver a frente e quando isso aconteceu todas as coisas más voltaram.

Esta necessidade de mandar vir com ele a toda a hora para ele sentir um pouco do buraco negro que ele criou em mim.

Nos momentos em que nos damos bem, chega a uma parte em que penso: Phoebe estás a ser demasiado meiga. Dá-lhe uma pequena facada para ele sentir um pouco da dor do teu corte.

A porta é aberta e fechada com demasiada força e o meu corpo é puxado para o de alguém.

-Pronto Phoe eu estou aqui.- Faith.

-Eu não quero isto. Eu quero desaparecer. Quero que ele saia da minha vida.- dou um soluço no final e ela aperta-me contra ele enquanto deixa pequenos beijos na minha testa.

-O que é que tu estás a sentir? Por favor fala comigo...- nenhuma de nós mais falou. O meu choro ia acalmando ao mesmo tempo que a minha melhor amiga massajava os meus cabelos.

-Eu não o quero sentir.

-Não é preciso dizeres-o. Eu já percebi o que tu sentes.

-E como é que eu faço para deixar de sentir isto?

-No nosso coração ninguém manda. Irás ter de ser forte e controlar. Se quiseres claro. Como eu te conheço tu nunca te irias entregar ao que ele pede.- a sua mão vai até ao meu peito e mais lágrimas picam nos meus olhos.

-Não podemos fugir as duas para longe daqui?

-Por mais que eu quisesse que isso acontecesse... não acho que possamos.-faço-lhe beicinho e ela ri-se.

-Mas podemos ir almoçar ao McDonals. O que me dizes?- ela pergunta-me e eu sorrio.

-Acho uma ótima ideia.

-Tu e a comida...- dou de ombros e levanto-me com a ajuda dela.

-E a aula?

-Eu falei com o stor. Não te preocupes. Para além disso a aula está quase a acabar.

-Obrigada.- sorriu-lhe e ela dá-me um beijo na bochecha.

-De nada.- entrelaco o meu braço no dela e saimos da infermaria.