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Charlotte

Li em um livro uma vez que a protagonista se sentia um papel de parede, estava começando a me sentir assim também, fiquei tanto tempo encostada na parede depois que Jasper me deixou ali, ouvi o som de sua moto até ela se afastar completamente da casa, ouvi o silêncio ensurdecedor da mesma, sentia perfeitamente o gosto dele em minha boca a pele formigar  onde sua barba por crescer tinha arranhado, mas ainda sim, não conseguia me mexer, estava " colada" na parede, sentindo pouco a pouco ela se tornar parte de mim, creio que foi exatamente assim que Tate se sentiu depois que Miles a beijou, me sinto como ela, estava virando um papel de parede.
Jasper simplesmente depois de me beijar, me deixou ali, no pé da escada , sozinha e com um sensação horrível. Fechando os olhos toda a cena vinha em minha cabeça, o toque, o calor ...
Subi para meu quarto, tudo ainda estava meio bagunçado na minha cabeça,  me deitei na cama pegando no sono quase instantaneamente.

🍂

Os fortes raios de sol que atravessavam as frestas da cortina feriam meus olhos, minha cabeça doía muito e ainda tinha a estranha sensação que alguém lá no fundo da minha mente estava me chamando.

- Charlotte, acorda - a voz era insistente e parecia se aproximar cada vez mais - É a sua mãe boneca, acorda.

Abri os olhos devagar, custei a focar minha visão em Anny, ela estava na ponta da minha cama me estendendo seu celular.

- Tinha que ser você a voz né Anny!! - murmurei de mal humor .

- O que? Que voz ? - ela perguntou confusa - Acho que você bebeu de mais, isso sim, olha como está vestida.

Olhei para baixo e estava só de lingerie, não me lembrava direito porque estava daquele jeito, então só dei de ombros.

- Agora pegue o celular e atenda a sua mãe, e tome um banho depois, você está cheirando a álcool, e nem vou falar nada do forte perfume masculino.

Joguei um travesseiro nela, o que foi uma péssima idéia, o ato só fez minha cabeça doer ainda mais.

- Oi mãe! - tentei fazer minha voz não sair tão ruim quando atendi o telefone.

- Até que enfim consegui falar com você Charlie. Você está bem filha? - a voz dela mesmo preocupada era sempre alegre, gostava disso em minha mãe.

- Estou bem mãe, não precisa se preocupar.

-  É claro que tenho que me preocupar Charlie, você tem só 18 anos, e me sinto mal por sempre ter que viajar e te deixar em casa .

- Não se preocupe mãe, já disse que estou bem. - realmente eu não estava com cabeça para todo aquele sentimentalismo .

- Tentei falar com você ontem a noite, mas Jasper ... - depois do nome do meu padrasto não consegui ouvir mais nada do que minha mãe estava falando, toda a névoa que estava em minha mente se desfez e vários flahs do meu beijo com ela inundaram minha mente - Charlie, me responde!!!

- Hãm? Responder o que?

- Te perguntei onde você estava ontem a noite.

- Na casa da tia Vitória - ouvi minha mãe bufar do outro lado da linha - Mãe eu realmente tenho que desligar, nos falamos depois.

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