Charlotte
Estava completamente em choque, não imaginava que veria minha mãe, não ali, na sala de minha casa, uma casa que um dia já foi dela.
Meu Deus, era tudo de mais pra minha cabeça.- Aurora - me virei para minha filha que estava nos braços de Jasper - Sobe com o papai e ensina ele a guardar a roupa no lugar certo, você pode fazer isso por mim?
- É claro que posso mamãe - fiquei olhando a pequena puxar o pai pela mão até o andar de cima, murmurando coisas como " o modo que ela organizava as suas roupas e etc..."
- Você tem uma bela filha Charlotte, parabéns - escuto pela primeira vez a voz do homem que acompanha minha mãe.
- Obrigada, Senhor ...
- Lian Monaghan, sou marido da sua mãe. - ele se aproximou e me abraçou - É um prazer finalmente te conhecer.
A única coisa que consegui foi dar um sorriso amarelo e me sentar na poltrona mais próxima, sentia que a qualquer momento minhas pernas poderiam falhar.
- Eu ... Eu ... - minha mãe tinha dificuldades de montar uma única frase - Eu devia ter te avisado que vinha, me desculpe.
Vi quando suas mãos irem de encontro com a de Lian que estava ao seu lado, era como se buscasse conforto e confiança.
- Eu também acho que deveria ter me avisado, ser pega de surpresa foi pior - soou mais seco do que imaginei.
- Espero sinceramente que nos perdoe Charlotte, eu insisti pra que sua mãe viesse para Londres, queria que vocês resolvessem essa pendência que tenho certeza que mexe com ambas.
- Não estou brava por terem vindo Sr. Monaghan, e sim por não ter sido avisada, mas não se preocupem com isso, eu vou falar com Anny para arrumar o quarto de hóspedes e podem ficar o quanto quiserem. - gostava do ar protetor que ele tinha.
- Eu queria conversar com você minha filha , e não se preocupe com o quarto, nós já estamos em um hotel - minha mãe sorriu, tentava soar confiante mas a conhecia o suficiente para saber que não estava bem.
- Bom, eu acabei de chegar de viagem, é claro que não espera que eu esteja com cabeça pra esse tipo de conversa.
- É claro que não Charlotte - Lian disse se levantando - Mas - ele estendeu a mão para minha mãe, que a pegou - Você se importa se a gente voltar amanhã?
- De maneira alguma, podem voltar amanhã para o almoço - não poderia negar o pedido de uma pessoa que soava ser carinhosa.
- Obrigada Charlotte - minha mãe se empolgou e me deu uma abraço, retribui meio sem jeito e os levei até a saída.
-Jasper - gritei por meu marido depois de ter se passado uns 20 minutos, ainda estava encostada na parede do corredor não tinha forças para levar, na verdade não tinha forças para nada.
Ele se sentou do meu lado e me puxou pro seu colo, Jasper tinha sempre a melhor forma de me acalmar.
- Está tudo bem?
- Eu não sei - minha voz saiu quase inaudível.
- Meu amor, não se abale por isso, nada entre nós vai mudar.
- Eu me senti uma intrusa com ela aqui dentro - levantei a cabeça e o encarei - Jasper, eu roubei o marido da minha mãe, e parece que só agora consegui ver a gravidade do problema.
- Não fale bobagens, se você esteve errada, eu fui o que então? - era perceptível o quanto minhas palavras o incomodaram - Você não roubou ninguém Charlotte, até porque eu sempre fui seu, desde a primeira vez que te vi.
- Para... - me levantei e comecei a subir as escadas em direção ao quarto, e ele veio atrás.
- Você não pode estar falando sério, já se passaram quatro anos, as coisas não são mais tão complicadas, meu Deus - ele segurou meus ombros e me fez o encarar - Sou eu Charlotte, seu marido, não fica assim por uma coisa dessas.
- Você não entende não é , ela é minha mãe Jasper, e você é meu marido agora, mas foi casado com ela por quase 2 anos.
- Você tem razão, eu não entendo, não sei onde quer chegar com tudo isso, e sinceramente não vou entrar nessa com você, não do jeito que está.
Sem falar mais nada ele se virou e saiu, troquei de roupa e fui em direção ao quarto de Aurora, ela dormia profundamente encolhidinha na cama, me deitei ao seu lado, mas nem o conforto de ter minha filha por perto me fizeram dormir...
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Ligações Proibidas
Romance"Charlotte olhou para a cidade lá fora, parecia sem vida, sem graça , distante dos seus olhos. Porque está ali mesmo? Porque não lutou pelo seu direito de ficar com quem amava? E porque insistia em se torturar perguntando-se o motivo daquilo tudo, s...