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Charlotte

Entro no leito do CTI onde Jenna está, a perda de sangue a deixou pálida, os pulsos estavam infaixados, meus olhos encherem d'água quando o peso e o medo de perde-lá saíram de minhas costas.

- Ah meu amor - Jenna me puxou para seus braços e não sei quanto tempo ficamos assim.

- Eu fiquei com tanto medo de te perder.

- Eu estou bem.

Me sento ao lado da cama e seguro sua mão.

- Tia Victoria está lá fora.

- Imagino - ela me deu um leve sorrisinho - E Oliver?

- Não - sussurrei, somente agora que percebo que Oliver não estava lá fora. - Por que você não me contou?

- Você já sabe não é?

- Do bebê?  Sei sim... F-foi por isso que você tentou - não consigo terminar a frase, pensar que minha amiga quase morreu me dói muito -  Foi pelo bebê?

- Pelo visto deu errado, aquele Doutor me disse que essa coisa ainda está aqui.

- Meu Deus Jen, como pode pensar assim, ter uma criança não é o fim do mundo !

- Eu tenho 18 anos Charlotte, estou terminando o ensino médio, pretendo ser uma médica incrível, nos meus planos uma criança não é bem vinda. Falei com Oliver e ele disse que não estava pronto para ser pai, eu vou carregar essa coisa e ele que não está pronto ,,, irônico não!?

- Ah por que suicídio era a resposta certa para os seus problemas né e depois dele você ia realizar esses planos onde? No Além? Não estou te julgando Jenna, mas você não está sozinha nessa. E quanto ao pai, você sobrevive sem esse crápula na sua vida!

- Você não me entende - seus olhos se afundaram em uma dor que era difícil compreender - Eu não quero ser mãe, nunca quis.

- E você não precisa ser mãe, quando ela nascer você entrega para a adoção, tem inúmeros casais por aí que sonham em ter uma criança. E em todo esse processo eu vou estar aqui, vou cuidar de você meu amor.

- Obrigada Charlotte, eu amo você.

- Também te amo, nós vamos conseguir juntas . Enquanto ao Oliver, nós vamos decepar o pau dele e dar para os Jingos da Austrália comer .

A gargalhada dela recarregou minhas energias .

- Adorei essa idéia.

- Eu vou sair para Tia Victoria entrar e se eles permitirem entro de novo.

Dei um beijo em sua testa e saí.

Quando cheguei na sala de espera Jasper era o único sentadinho ali, parecia uma criança olhando atentamente para o chão.

- Oi !

- Oi , como você está, e a Jenna, está tudo bem ?

- Jenna está bem sim, estou bem aliviada depois de tê-la visto, fiquei com tanto medo de perder minha bolinha de cachos ruivos.

Ele deixou escapar um sorrisinho .

- Isso tudo já passou, vai ficar tudo bem agora.

- Espero que sim...

- Sr. Sheaffer . Doutor Lucas estava na nossa frente, sua expressão preocupada fez meu corpo arrepiar na hora.

- Esses são alguns papéis da internação da paciente Sr Sheaffer, eu recomendaria uma clínica, pelo menos durante a gravidez, suicidas tentam fazer isso até realmente conseguirem - ele olhou para mim, deve ter sentido a dor que refletia em meus olhos pois sua expressão mudou completamente para algo - estranhamente- reconfortante - Eu sei que é uma decisão difícil de se tomar Sra. Sheaffer, mas sei que vão fazer melhor para Jenna e o bebê .

- Eu vou falar com a mãe dela e depois entraremos em contato com o Senhor.

- Tudo bem!

Depois de avisar para tia Victoria que estava indo embora, e que voltaria no outro dia, encontro Jasper no estacionamento.

-  Aquele Doutor acha mesmo que vou deixar colocarem Jenna em um hospício onde vão amarrar seus pulsos e darem tranquilizantes para que ela durma o dia inteiro para não pensar em suicídio? Ele só pode estar louco.

- Você anda assistindo muito filme de ficção, nem todas as casas de recuperação são assim, vou falar com a mãe dela, talvez seja o melhor a fazer.

- Tia Victoria nunca deixaria uma coisa dessas acontecer.

- Não podemos correr o risco dela tentar suicídio de novo Charlotte!

- Ela não vai,

Ele se calou, provavelmente não acreditava que ela não tentaria suicídio novamente. Porém eu confiava na minha prima.
Acabei cochilando dentro do carro, acordei com a toque suave de Jasper, entramos em silêncio dentro de casa, precisava de um banho urgentemente então fui para meu quarto.

- Eu liguei para sua mãe, ela disse que volta assim que possível para casa.

- Desnecessário - continuei subindo as escadas sem me dar o luxo de virar para olha-lo - Já está tudo resolvido!

Pelo menos era isso que eu esperava, que estivesse Tudo Resolvido.

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