Ligações Proibidas

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Charlotte

- Que carinha é essa Charlotte? - amava Anny mas não tava afim da fofura dela hoje.

- A única cara que Deus me deu .

- Olha o jeito que você fala com a Anny dentro dessa casa Charlie - a comitiva real atrás da minha mãe era composta por Jasper mal  encarado como sempre e Anna Elise praticamente nua sem necessidade alguma ! Patético.

Me levantei da mesa sem nem dar moral para minha mãe, não sei se era a culpa ou a presença constante da minha prima, mas eu não conseguia ficar perto dela.

- Onde você vai Charlotte? - Jasper perguntou enquanto tomava seu café.

- Meu Deus, vocês não cansam? Me deixa em paz .

"Deixa ela amor, não deve estar num bom dia " ouvi minha mãe sussurrar para o marido.

Anotei mentalmente "comprar ração para o meu gato" e segui para o hospital.

- Lotte !! - ela já estava de pé, as bochechas coradas, parecia bem melhor - Que bom que você veio, tentamos falar com você mas não conseguimos.

- Estou aqui ago...

- Estou de alta Lotte - ela já foi falando atropelando minhas palavras - Doutor Lucas passou aqui de manhã e disse que eu já podia ir embora .

- Ah que maravilha , nem acredito que vamos para casa .

- Tem um porém prima ! - sua expressão murchou um pouco - O médico só nos deu duas opções , ou me internava ou eu teria que ter acompanhamento com Psicológo três vezes por semana, minha mãe ligou para o meu pai explicou a situação e ele quer ficar mais perto de mim então ele me recomendou um psicólogo que ele confia na cidade dele.

- Então você vai embora? - meus olhos encheram de lágrimas.

- Infelizmente sim , não tenho outra escolha.

- Ah Jen o que vou fazer sem você - a envolvi nos meus braços - Vou perder toda a sua gravidez.

- Não vai ser por tanto tempo Lotte, talvez só até a coisa crescer mais e o risco de eu tirar a vida dela fique inexistente.

- Não fale assim do bebê - a repreendi.

- Vamos lá pra casa, você me ajuda a arrumar as malas e aproveitamos para ficar juntas mais um pouco.

🍁

- Me ligue sempre que puder Charlotte, me mande cartas , torpedos , até pombo - mensagem se for possível, mas não se esqueça de mim - já estávamos no aeroporto , eram tantas emoções misturadas que era impossível não chorar.

- Eu não vou te esquecer sua boba, vou contar os dias para te ver de novo.

- Bom, se lembre bem desse meu corpinho de Barbie por que com certeza eu vou estar enorme da próxima vez que me vir!

- Vai continuar linda isso sim.

- Minha querida vou sentir muito a sua falta , vamos pensar em você o tempo todo - Tia Victoria me abraçou forte como se não quisesse largar - Você é como uma filha pra mim Charlotte, a única coisa que me restou do meu irmão, eu te amo viu!

- Também te amo Tia , vou morrer de saudades de vocês.

- Thau Charlotte - Jenna me abraçou, já era possível sentir o volume da sua barriga - Eu volto em breve . Te amo prima .

- Eu também.

Fiquei lá até vê-las desaparecer no portão de embarque, quando vi seu avião decolar senti as lágrimas escorrendo nas bochechas, Tia Victoria e Jenna eram minha família, a família que meu pai me deixou, ter que deixa-las partir era a pior sensação do mundo.

Quando cheguei em casa fui direto para o quarto meu gato não estava lá quando voltei , com certeza o danadinho havia fugido.

- Charlotte - a voz de Anny era inconfundível - Posso entrar.

- Pode , a porta está destrancada.

- Você está bem, notei que não dormiu em casa !

- Jenna teve ir para Itália  ficar com seu pai , você lembra dele né!?

- Não me lembro muito de Luíy , quando ele deixou sua Tia Victoria eu tinha começado a trabalhar aqui de pouco. Não sabia que ele estava na Itália.

- Ele ficou um pouco na Brasil, e depois se mudou para lá, assim. Foi o que Jenna me contou.

- Tenho certeza que sua prima vai ficar bem tendo o pai e a mãe por perto , e o ambiente vai ser propício para seu bem estar.

- Isso é verdade.

- Ah - ela já ia saindo mas voltou - Estava esquecendo , Gustave está lá embaixo, disse que precisa te ver .

- Aff, diz para ele que vou tomar banho primeiro, se ele quiser que me espere.

- Okay.

Não fiz questão nenhuma de andar depressa, tomei meu banho tranquilamente, lavei meus cabelos , fiz bastante hora , só depois de achar um pijama quentinho que desci para falar com ele.
Ao ir descendo as escadas a risada escandalosa de Anna Elise tomava a casa , tudo naquela garota me irritava, porque ela não podia ser um prima fofa e amorosa igual Jenna?

- Amor - me surpreendeu muito ver Gustava e Anna tão próximos no sofá , pareciam amigos íntimos de longa data - Estava te esperando aí conheci sua prima, ela é demais .

- É. - não consegui falar mais que isso.

- Vim para conversarmos, sei que está brava comigo, mais não tenho culpa do que Oliver fez com a Jenna.

- Realmente Gus , você não tem culpa, eu estava brava aquele dia, estava com medo de perder minha prima...

- Eu entendo amor, sei que não deve ter sido fácil.

- É não foi, Gustave eu já estava indo dormir , vamos conversar amanhã tudo bem?

- Okay, te ligo amanhã. Thau amor - ele me deu um beijo suave nos lábios - Thau Anna .

Tinha me esquecido da presença da minha prima, depois que levei Gustave até a porta ela veio querer falar comigo.

- Tudo bem com você prima, a gente nem se falou direito né!

- É , mas tem muita coisa acontecendo Anna , por isso na te dei nenhuma atenção.

- Tá tudo bem  prima, eu entendo .

- Se você me der licença Anna , eu quero ver se consigo dormir um pouquinho, não preguei os olhos a noite toda .

- Vai lá, depois a gente conversa...