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Helena

Em minha mesa, em um pequeno e sofisticado café no centro de Chicago está algo que nunca esquecerei. A menos de uma hora foi me entregue um envelope vermelho, o garçom simplesmente me deu o envelope e me disse que uma garota encapuzada mandará ele me entregar. "Um trote"- pensei. Antes fosse.
Dentro, seis fotos, pesadelos em forma de papel.
Meu marido e minha filha em pleno ato sexual, algo que nunca imaginei em todos os meu 34 anos. Algo que me atormentaria por um longo tempo.
Uma enorme raiva cresce em meu peito.

Viajo imediatamente de volta a Londres.
Seis fotos, simples pedaços de papel dentro de um envelope,  mudam o eixo de toda minha vida.

Quando chego em casa - ainda espero violentamente que seja uma brincadeira de mal gosto- sou informada da viagem aos Estados Unidos de minha filha e marido, me sento na poltrona de frente ao hall de entrada e me recuso a sair de lá,  enquanto eles não chegam...

Para minha sorte, ou azar, eles chegam no mesmo dia que eu,se assustam ao me ver... Jasper sobe com as malas enquanto conduzo Charlotte ao meu escritório...

Estão confusos com minha reação...

* * *

Ela entra no escritório  desconfiada, talvez já saiba porque está aqui, talvez saiba que descobri a safadeza dela e de Jasper.


- Sente- se - ordeno, ela se senta mas não me encara em nenhum momento.

- Então como foi a viajem? - pergunto.

- Foi boa.

- Entendo... - pego o envelope vermelho dentro de minha mesa com as fotos que tanto me dão nojo desde que as vi - Imagino mesmo que tenha tido uma ótima viagem.

Me levanto e rodeio a sala,ser traída por minha própria filha. Me embrulha o estômago só de pensar. Imagens dos dois martelam incessantemente em minha cabeça,  é impossível de aguentar.
Jogo todas as fotos em cima da mesa do escritório de frente para Charlotte,  ela souta um gemido de surpresa...

- Mãe,  eu... eu posso explicar - diz se virando para me encarar - Não é nada disso que a Senhora está pensando...

- A não é? - aponto para as imagens espalhadas pela mesa - Então me diga o que é, pois tudo que vejo é minha filha "dando" para meu marido.

- Mãe...

- O QUE É ISSO ENTÃO ???- altero a voz - VOCÊS SÃO DOIS SAFADOS, COMO FEZ ISSO COMIGO CHARLOTTE, MINHA PRÓPRIA FILHA. MEU DEUS, ISSO É CRUEL DE MAIS.

- Mãe,  por favor - seus olhos estão cheios de lágrimas. Lágrimas que não acredito,  lágrimas que não me convence em nada. - Não foi planejado, só aconteceu...

- Só aconteceu? SÓ ACONTECEU CHARLOTTE?   Você vai para cama com meu marido, e vem me dizer que só aconteceu?

- Me desculpe mãe, por favor - ela tenta me abraçar, mas há afasto - Por favor, nós não tivemos a intenção de te magoar, mãe,  nós nos amamos.

- CALE-SE - ergo a mão para lhe dar uma bofetada no rosto,  Charlotte chora compulsivamente- No fim, você é igual há seu pai, só preocupa consigo mesma. Em nenhum momento pensou no quanto isso me magoaria? No quanto ia DOER? Cínica,  deu um escândalo porque Anna Elise beijou o seu namorado,  sendo que você estava fazendo coisa muito pior que ela.

- Eu sinto muito - sussurrou.

Me viro para janela que dava para o jardim,  se eu há olhasse por mais tempo, teria há coragem o suficiente para lhe bater.

- Já liguei para o Sr.Montgomery em New York, disse a ele que você iria fazer  Advocacia  e que faria um estágio em sua empresa. Sua vaga na Universidade já está garantida. Você parte assim que pegar seu diploma, no mesmo dia até. Não quero te ver mais nessa casa, a partir de hoje eu não tenho mais filha. - minha voz se torna fria e sem sentimentos, sinto algo dentro de mim se endurecer em relação a Charlotte.

- Mãe,  por favor, não - ela me força a lhe encarar - Não faça isso, eu lhe peço.

- Se você contar a Jasper sobre isso, entregarei para Polícia essas fotos, e ele será preso por abuso sexual.  Então já que o ama tanto, pense bem no que irá fazer.

Charlotte me encara com os olhos vermelhos e inchados de tanto chorar,  e sem me dizer mais nada se vira e vai embora.

Me seguro na ponta da mesa,  sinto meu corpo perder as forças. Como dói fazer isso, dói ser traída,  ainda mais ser traída pela própria cria. Nunca imaginei que minha doce menina, um dia iria fazer isso comigo, com sua mãe.

Tinha há garantia que ela não contaria nada há Jasper, o resto se resolveria com o tempo.

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