17-ELE TEM QUE MORRER

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By Khalid Shall

O celular volta a tocar, é o Kléber. Mas, ainda não o atendo. Peço para que quatro dos meus homens localizem o Delegado Rocha, entreguei uma lista com os possíveis locais que ele pode estar. Passei alguns longos dias mapeando o caminho do homem, ele é muito metódico, o que facilita e tanto as coisas.

-Vê se descobrem alguma coisa sobre o Trevisan também...

Os homens se retiram e eu vou para o escritório, ligo para a fazenda e peço para os homens prepararem o helicóptero, partiremos para São Paulo hoje à noite. Em seguida, ligo para São Paulo e aviso para os meus homens que estão lá, ficarem de prontidão.

Kléber liga inúmeras vezes, mas ainda não é o momento de atendê-lo. Um dos homens me avisa que acharam o Delegado.

-O Delegado Rocha está moendo o Kléber na sala dele, na delegacia!

-Ótimo! Fica de olho nele, estou indo aí! - digo.

Visto rapidamente uma roupa confortável, ou seja uma calça de moletom e uma regata, pego minha mochila, chamo o Alexandre e saímos rumo à delegacia.

Ao lado da delegacia tem uma empresa de alimentos, de cima da laje da empresa tenho visão direta para a sala do Delegado Rocha. Mando Alexandre ficar no carro e rapidamente escalo o prédio com a mochila nas costas.

Retiro o meu fuzil com mira laser, tive que cobri-lo com um pano, porque não cabe ele todo na mochila, parte fica exposto para fora. As janelas da sala do Delegado Rocha ficam na parte de cima da parede e são pequenas, mesmo assim, dá para ver o Delegado, mais um policial e o Kléber.

Está perto das 19:30 da noite quando o celular volta a tocar, Kléber está de joelhos com o aparelho na mão, eu atendo.

-Sr. Shall, aonde está a menina? - Kléber pergunta, como imaginei, ele já entregou meu nome, basta saber se ele disse aonde estou escondido.

-Kleber peça para o policial sair, é pra ficar na sala apenas você e o Delegado! - falo calmamente.

Da onde estou consigo ver o Delegado olhando pela janela e mandando o policial se retirar, o Delegado toma o celular da mão do Kléber e fala:

-Pelo o amor de Deus, diga aonde está a minha filha?

-Ela está em São Paulo Delegado Rocha! Você me entrega o Trevisan, e eu te dou a sua filha - respondo.

-Deixe ao menos eu falar com ela, para saber se elá está… - o Delegado engole seco e continua - bem...

-Ela está bem, a minha palavra basta! - retruco com ele.

-Eu sei muito bem quem é você, Khalid Shall, assassino frio, cruel, desgraçado, eu vou… vou matar você!

-Calma lá Delegado, vamos devagar com os elogios, aliás somos farinha do mesmo saco, como costuma dizer o seu povo.

-Não me compare a você seu maldito!

-Faça as contas Delegado, quantos inocentes você já matou? Bastante né? Com qual objetivo hein? Tirar um bandido perigoso das ruas? Ou se promover? Eu respondo por você. Tudo que você fez foi em nome da fama. Você já matou mais do que muitos serial killers sabia Delegado? O famoso Delegado Rocha prende mais um bandido altamente perigoso Kléber Trevisan, mas será que alguém se lembrou de falar que o segurança do prédio foi morto por seu trabalho de merda? Agora você vai ter que escolher ou me entrega o homem ou a sua filha morre! Vai deixá-la morrer, como fez com Estela? Tá aí Delegado?

-Não fala da Estela seu desgraçado, eu vou te achar seu filho de uma puta!

O Delegado Rocha se direciona para a porta de saída

-Não saia da sala, senão eu mato Anne! - pronunciar essa frase foi duro até para os meus próprios ouvidos, mas funcionou, o homem recuou.

Lembrar de Anne, me fez querer acabar logo com o papo, pra voltar pra casa para vê-la. Nem que seja por um breve momento.

-Vamos lá Delegado chega de blá blá blá, eu te entrego sua filha, e você me entrega Kléber Trevisan! Esteja em São Paulo as oito da manhã, quando você chegar lá te passo o endereço do local que nos encontraremos!

-Isso é impossível, não têm como eu sair daqui levando esse bandido, a cara dele apareceu na televisão, como vou pegar um avião pra São Paulo com um criminoso à tira colo???

-Não vá de avião, vá com o seu carro! - respondo.

-São no mínimo doze horas de viagem, não vou conseguir chegar lá amanhã de manhã… - o homem se desespera, posso ver ele andando na sala de um lado para o outro.

-Então corre Delegado! Lembre-se, se avisar alguém Anne morre, todos os seus telefones estão grampeados, então não receba e nem faça nenhuma ligação!

-Mas, eu preciso passar em casa.

-O telefone da sua casa também está grampeado! -aviso.

-Eu preciso tomar um banho.

-Escute homem o tempo está passando, se fizer merda, eu mato à sua filha e você. Tem um dos meus homens dentro da delegacia, você vai se dirigir juntamente com o Trevisan para o seu carro, e o meu homem de confiança irá te acompanhar, ele tem um faro extremamente aguçado, se ele sentir o cheiro de alguma arte sua, eu mato Anne, está claro?

-Sim, Khalid Shall está claro, que se trata apenas de um dos seus jogos sórdidos, Anne não vai estar lá! - o homem fala desanimado.

-Delegado Rocha, olhe pela janela! Está me vendo?

-Não! - o homem responde confuso.

-Olhe para o seu peito, está vendo o pontinho vermelho?

-Droga! - o homem grita e se atira no chão.

-Se eu quisesse te matar, você já estaria morto - desligo o celular e desço o mais rápido possível do prédio e corro em direção ao carro, aonde o Alexandre me espera preocupado.

-Vamos embora Alexandre! - grito pra ele.

-Isso é bom Sr. Shall, não faz bem ficar muito próximo de delegacia, me dá náuseas - Alexandre fala todo tenso.

-Não seja mulherzinha Alexandre!

Ao chegar em casa, vou direto para o escritório, tiro o fuzil da mochila, faço um carinho nele.

Penso nas palavras que eu disse para o Delegado, “se eu quisesse te matar, você já estaria morto” isso é verdade. Eu posso apenas retardar o momento, mas não tenho escolha, ele tem que morrer!

TERRORISTAOnde histórias criam vida. Descubra agora