23-GRANDE CHANCE

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By Anne Rocha

O Marcelo conseguiu ser pior que o barbudo ao amarrar meus pulsos, ele apertou tanto que tenho certeza que ficará as marcas da corda.

Grito para que alguém venha me soltar, já faz muito tempo que estou aqui, e essa posição está me matando, e para piorar minha bunda arde como se ele tivesse me espancado, maldita força desses homens.

Minha diabinha interior canta uma música horrível “valeu a pena e e, valeu a pena e e, sou pescador de ilusões”, ela está feliz mandando beijinho para todos os lados, ele me beijou, e eu o correspondi, sua boca é gostosa e dominante como ele todo, mas aquele desgraçado não precisava tê-la mordido.

Grito mais uma vez, mas ninguém aparece. Tenho mais uma idéia brilhante.

-ALGUÉM ME TIRA DAQUI POR FAVOR, PRECISO USAR O BANHEIRO, VOU FAZER AQUI E VAI SER NOJENTO! - grito alto.

Filipe pega o celular e liga para Khalid Shall.

-Mas, que droga pedi para não me ligar! - Shall atende nervoso.

-Desculpe Sr, mas a menina não para de gritar dizendo que quer usar o banheiro, o Senhor ordenou que ninguém entrasse lá, então não sei o que fazer… - Filipe fala inseguro.

-Deixe que grite! - Khalid responde.

-Mas, Sr. Shall ela disse que vai fazer…

-Deixe-a homem, já disse, ninguém entra lá! Ela que aguarde eu voltar! - Khalid fala e desliga o celular.

Não estou aguentando, vou acabar sem as mãos, antes elas formigavam, agora já nem as sinto mais.

Dessa vez faço uma voz manhosa e chamo por alguém novamente:

-Por favor alguém me tira daqui, acho que estou infartando…

Funcionou, a porta se abriu e um rapaz entrou.

-Moça o quê você está sentindo? - o rapaz pergunta todo preocupado.

-Ai meu coração - faço uma careta de dor - acho que vou morrer. Me tira daqui por favor!

-Não posso soltá-la, o chefe me arranca a cabeça! - o rapaz fala temeroso.

-Chame o Marcelo Augusto, diga que estou muito mal… - falo.

-Não tem ninguém com esse nome aqui moça!

-Chama o seu chefe, ele vai me ajudar…

-Sr. Shall não está moça, na verdade eu nem deveria ter entrado aqui.

-Mas, já que entrou me leva pelo menos ao banheiro.

O rapaz pensa por alguns instantes, mas me solta, dou um grito, quando as cordas libera os meus punhos doloridos, e ele os massageia.

Visto rapidamente a minha calça, já cansei de ficar com o bumbum exposto, ele me leva até o banheiro e me aguarda junto à porta.

Eu lavo o rosto, respiro profundamente, essa é a minha grande chance, e eu não devo jamais desperdiça-la.

TERRORISTAOnde histórias criam vida. Descubra agora