66-EPÍLOGO

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Às vezes eu te amo
Às vezes você me deixa triste
Às vezes eu me sinto bem
Outras, eu me sinto usada
Amar você, querido
Me deixa tão confusa

Oh, oh, nunca me senti assim
Como você me dá tanto prazer
E me causa tanta dor?

Fallin' - Alicia Keys

A frente da casa do Khalid dá acesso direto à praia, dobro a barra da calça até os joelhos, tiro os chinelos e caminho pela areia branca, não demorou muito para que o meu corpo antes tenso, relaxasse.

Depois de longos minutos de caminhada na areia, me sentei para observar as ondas, é uma paisagem linda de se ver.

A brisa fria do mar começa a me causar arrepios, quando então um perfume conhecido se misturou ao cheiro das águas, se tornando o elixir perfeito, capaz de despertar os meus desejos carnais mais profundos.

Eu não preciso me virar para saber que ele está atrás de mim, o árabe que me conquistou com o seu olhar perigoso, sua voz fria e ao mesmo tempo sensual, seu toque firme e selvagem, sua força e acima de tudo o seu domínio sobre cada parte do meu ser.

-Anne! - ouço aquele sotaque carregado me chamar.

-Senta um pouco Khalid...

-Está frio aqui, vamos pra casa - ele fala.

-Dá no mesmo - sorrio, o pensamento insistindo em vagar pelas lembranças.

-Como? - ele pergunta completamente confuso.

-Sua frieza me congela Khalid, não importa onde estejamos!

-Eu não entendo, pensei que você tivesse gostado da nossa tarde.

-Ah Sr Shall eu só queria fazer amor como na nossa primeira vez, com muito carinho, palavras românticas, sem venda, cordas e ordens, principalmente sem ordens.

-Anne, me desculpe eu... eu te machuquei?

Olho para ele, o seu rosto está contraído e eu sinto uma vontade imensa de abraçá-lo, mas me contenho.

-Não, você não me machucou, na hora parece um jogo interessante, mas depois me sinto um pouco deprimida.

-Entendo. Talvez com o tempo você se acostume.

-Acostume? - sorrio incrédula.

-Anne eu cresci aprendendo sobre a arte de dominar a si mesmo e aos outros, o único sentimento benéfico que eu tinha para com o próximo era respeito, hoje eu sinto algo muito incomum, eu sinto medo Anne, eu sinto muito medo do que esse meu sentimento pode te causar, eu te amo.

Ele segura o meu queixo e eu me deixo ser beijada, um beijo longo e desesperado.

-Calma... - eu murmuro enquanto afasto os meus lábios dos dele.

Agora eu seguro o seu rosto com as duas mãos, beijo o canto da sua boca e salpico mais alguns beijos pela sua barba cerrada, ele tenta novamente tomar o controle da situação, mas eu peço:

-Deixe eu te beijar, no meu ritmo...

Eu o beijo lentamente, meus lábios tocando os dele com suavidade, aos poucos vou explorando a sua boca com a minha língua, ele me aperta com força e eu sinto o seu coração acelerado.

-Vamos pra casa Anne, eu sei lidar com o tesão, mas em definitivo não sei o que fazer em relação ao amor!

-Não precisa fazer nada é só sentir, é como ser pai você pode não se sentir pronto para isso agora, mas vai estar quando nosso filho nascer.

TERRORISTAOnde histórias criam vida. Descubra agora