29-ACEITA UM CAFEZINHO?

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Brasília, 07 de Janeiro de 2016
Às 20:40

By Antônio Rocha

A viagem de avião de volta para Brasília foi mais longa, do que ir de carro de madrugada para São Paulo, não vejo a hora de chegar em casa e abraçar minha filha, não me deixaram falar muito com ela pelo telefone, mas só de saber que ela está bem, me sinto revigorado, pronto para encarar qualquer desafio.

Ao chegar em Brasília, um policial me informou que não estou liberado ainda para voltar para casa, e que o Diretor da Seccional deseja falar comigo o mais breve possível.

Sou escoltado como um criminoso. Na entrada do prédio há diversos jornalistas, mas eu me limito a dizer apenas que sou inocente, e que tudo será esclarecido.

Sentado à frente do Dr. Bruno, me ponho a repetir a mesma história que contei em São Paulo, é tão cansativo e enfadonho como tê-la vivido, ele me repete às mesmas perguntas de diversas formas, esperando que eu caia em contradição.

Após horas de interrogatório, pergunto se posso ir para a casa, pois preciso ver minha filha.

-Sr. Rocha, há muitas lacunas em aberto nessa sua história, o Sr. tem que concordar comigo que há algo muito estranho nisso tudo, eu vou falar pra você o que todos estão pensando, Kléber Trevisan sabia demais, por isso você o matou. Não existe nada que prove que esse tal árabe está mesmo no Brasil!

-Minha filha foi sequestrada por ele! - falo revoltado.

-Chamaremos a moça para depôr, Sr. Rocha eu não estou contra o Sr. , mas não posso te liberar por enquanto, recebi ordens lá de cima, o Sr. entende, tem toda a parte burocrática, tenha paciência… aceita um cafezinho?

Tenho vontade de dizer aonde ele deve enfiar esse cafezinho, mas me contenho. Que Deus me ajude, parece que estou vivendo um pesadelo!

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