31-MONSTRO

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By Khalid Shall

-Você entrou no cômodo desamarrou Anne, a conduziu ao banheiro e o que aconteceu depois? - pergunto ao Filipe.

-Ela disse que estava com muita dor e pediu para se deitar um pouco, fiquei com dó da moça, então levei ela para o quarto e permiti que se deitasse - o rapaz fala desconfiado.

-Ela estava com dor? - repito para ele.

-Sim Sr. Shall, com dor no peito.

Aliso minha arma mais uma vez, o rapaz se assusta.

-E depois disso, o quê aconteceu Filipe? - enquanto faço a pergunta seguro a arma com as duas mãos.

-Eu a massagiei - ele fala olhando para baixo.

Meu sangue parece correr pelas minhas veias, e se concentrar no meu rosto que está pegando fogo.

-Você a tocou? - pergunto perdendo o controle, porque obviamente é uma pergunta estúpida, mas ele compreendeu o que eu queria saber.

-O Sr. a espancou ela estava roxa, quando fui buscar uma pomada para passar nela, ela escapou…

Tento processar as palavras dele, minha mente está em parafuso, eu a espanquei? Eu dei apenas dois tapas na bunda dela. Droga! Eu não queria machucá-la, eu nunca quis.

Foi um momento mágico vê-la amarrada olhando para mim com aqueles olhos azuis da cor do mar, eu a beijei, e ela correspondeu, mesmo depois de eu ter dado os tapas, ela poderia ter me xingado ou até mesmo se esquivado, mas não o fez, pensando bem, talvez por medo, ela me acha um monstro...

-O Sr. é um monstro às vezes Sr. Shall - Filipe verbaliza os meus pensamentos.

-Filipe suma da minha frente, mas não saia da fazenda, eu deveria te matar por tocar no que me pertence! - ameaço-o.

-Desculpe Sr. Shall, mas Anne nunca será sua… o Sr. é uma alma perdida!

-CALE A BOCA SEU DESGRAÇADO! - grito com ele e lhe dou um soco que o deixa no chão.

Olho as horas e sigo para dentro da casa, tenho algo muito mais importante pra fazer, preciso mesmo ocupar minha mente para não matar aquele filho da puta, Anne não sabe ainda, mas ela será minha, porque eu quero!

Mando que entreguem o presente que preparei para ela, darei o dia de aniversário dela para que aproveite com a família, amigos, enfim… e retorno com o meu plano depois.

Talvez Filipe esteja certo, eu sou mesmo um monstro, perdido dentro de mim, procurando por luz, a luz daqueles doces olhos azuis.

TERRORISTAOnde histórias criam vida. Descubra agora