48-FIM DA LINHA

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Brasília, 13 de Janeiro de 2016
às 11:15

By Anne Rocha

-Droga! Em quarenta e cinco minutos Khalid mata o Filipe...

Ando de um lado para o outro no quarto, sem saber o que fazer, não quero que o Filipe morra, mas no fundo sinto que o Khalid está tentando me atrair para uma armadilha.

Penso seriamente em contar tudo sobre o Khalid Shall para o meu pai, quero dizer "quase tudo", mas conhecendo o Sr. Rocha como eu conheço, sei que ele vai querer ir até onde Khalid está, e aí... engulo seco.

Não é uma boa idéia!

Preciso ir até lá sozinha, mas como vou fazer para despistar o meu pai?

Ligo para o celular da Carol e peço pra ela ligar na minha casa, me convidando para almoçar e dizer que o motorista dela vai estar na frente do condomínio me esperando.

-Mas, faça isso com urgência, assim que eu desligar o celular você já liga aqui! - falo toda agoniada.

-O que você tá aprontando Anne? - ela pergunta curiosa.

-Nada demais só faça isso pra mim por favor, e rápido Carol!

Desligo o celular e aguardo o telefone de casa tocar, não demora muito e eu ouço o trimm trimm, o meu pai atende e eu suspiro fundo.

-Calma Filipe, eu já tô indo - murmuro baixinho.

Meu pai me chama e fala com uma falsa calma:

-A sua amiga Carol ligou aqui, convidando você para almoçar na casa dela, ela disse que o carro já está aí na frente te esperando...

-Eu posso ir? - pergunto desconfiada.

-Sim querida, e... tenha cuidado Anne.

-Tá pai! - respondo e saio correndo.

Corro para fora do condomínio, dou a volta até a rua de trás e vejo a caminhonete, olho o relógio assustada, tenho menos de trinta minutos.

Espero que sabendo que eu estou a caminho ele não faça nada, envio uma mensagem.

Anne - Por favor não faça nada com o Filipe, já estou na caminhonete.

By Antônio Rocha

Já estava cansado de ficar trocando de canal o tempo todo, sem conseguir me concentrar em nada, me sentia agitado, estranho e essa sensação estava me deixando muito preocupado.

Me lembro que no dia que perdi a Estela, eu me sentia da mesma forma, mas não tinha noção do que estava acontecendo.

O telefone tocou, e eu achei super estranho o convite da Carol amiguinha da Anne, pode ser que eu esteja errado.

Só não consigo entender porque ela não ligou diretamente para o celular da Anne, com certeza ela já deve ter o número novo.

Deus queira que eu esteja errado!

Pego o meu carro, e vou atrás da Anne. Bingo! Vejo de longe ela entrando numa caminhonete estranha, duvido que o carro pertença a família da Carol.

Agarro o meu celular ainda trêmulo, pressentindo o perigo e ligo para o Dr. Bruno.

-Pegue imediatamente quantos homens estejam disponíveis, acho que estou perto de descobrir aonde o árabe está!

-E aonde você acha que ele está - ouço a voz duvidosa do Dr. Bruno do outro lado da linha.

-Anne vai me levar até lá... seja rápido senão a gente perde o homem. Anne não sabe que está sendo seguida.

-Tudo bem! Vai passando as coordenadas, estou indo até você...

Agora o homem parece mais empolgado.

-Pode ter certeza que hoje será o fim da linha pra você, árabe maldito!

TERRORISTAOnde histórias criam vida. Descubra agora