Rio de Janeiro, 8 de Janeiro de 2016
às 23:55By Anne Rocha
Desço rapidamente as escadas do hotel antes que a coragem me abandone, ou o meu pai me veja. Entrego a chave do quarto na recepção, e ouço um “bom passeio” da recepcionista.
Me sinto corar, minhas bochechas estão queimando, e eu procuro desesperadamente por ar, pois a minha respiração está mais que ofegante.
Atravesso a rua correndo, a mente está a milhão “o que ele quer comigo?”
Tiro os chinelos e ando pela areia, aos poucos sinto o corpo ir relaxando, o vejo de longe sentado na areia frente ao mar.
-Quero este homem pra mim!
Quando estou bem próximo, tenho quase certeza que ele já sabe que estou bem atrás dele, mas ele continua imóvel, sentado olhando o mar, será uma miragem?
-Khalid Shall - pronuncio o seu nome.
-Sente-se Anne! - ele continua mandão como sempre, e eu continuo vulnerável perto dele.
Me sento ao seu lado, e me ponho a olhar o mar, sem coragem para encará-lo.
-Anne, não fui eu que dei à ordem para sequestrá-la… - ele fala pensativo.
Eu que esperava por uma conversa quente, sinto-me frustrada, até a minha diabinha interior ligou a TV pra assistir uma série qualquer.
-E quem deu? - pergunto desapontada com o ritmo da conversa.
-Kléber Trevisan!
-Seu parceiro… - reflito comigo.
-Está morto! - ele diz amargo.
-Você o matou apenas para poder culpar o meu pai e ele ser preso, o que fizemos pra você para querer o nosso mal?
-Matei o Kléber por ele ter te machucado, colocou dois estúpidos para vigiá-la, eles te deixaram amarrada por horas naquele cômodo imundo… - sinto o ódio em suas palavras.
-Você fez o mesmo - falo sem pensar, mas é a verdade.
Ele toca o meu rosto para que eu o olhe, o encaro por um bom período e falo:
-Você fez pior que todos eles Sr. Shall!
Ele arregala os olhos para mim, e posso sentir a sua aflição, tento desviar o olhar, mas ele torna a segurar o meu rosto.
Me bate uma sensação desesperada de salvar aquele homem, das suas dores, salvá-lo de si mesmo.
-É eu fiz pior… - sua voz está carregada de culpa e ódio, mas agora por si mesmo.
Ele se levanta. Droga ele está indo embora penso comigo, eu não quero que ele vá, me levanto rápido e reparo no quão pequena sou diante dele.
-Khalid me mostra… - só agora reparei o efeito do álcool em minha voz.
-Te mostrar??? - ele fala confuso.
-Que o Sr. não é um monstro - falo sorrindo, lembrando que ele queria que eu o chamasse assim, e eu definitivamente faria qualquer coisa para estar naqueles braços de novo.
-Tem certeza disso Anne? - uma sombra de um sorriso passa por aquele rosto bonito.
-Deixa eu te sentir por trás dessa casca de lobo mal - toco o seu peito másculo, e ele se afasta.
-Você bebeu, não posso fazer isso...
-Eu quero! - olho no fundo dos seus olhos.
Ele se aproxima de mim, como se considerasse o meu pedido, toca a correntinha que está em meu pescoço.
-Que bom que gostou - agora fala como um garoto contente e eu fico feliz pelo fim da tensão entre nós.
-Gostei de TUDO! - friso bem a palavra tudo.
-Não me provoque Anne!
-Adoro te provocar Sr. Shall…
Ele interrompe as minhas palavras, e toca os meus lábios com os seus, é suave como a brisa do mar, como um sonho, seus braços envoltos em mim, me sinto segura e completamente entregue a ele.
Ele segura a minha mão e me puxa.
-Vamos sair daqui, antes que o Delegado Rocha resolva vir nos fazer companhia!
Eu aceno que sim para ele, que me conduz em direção a um carro estacionado próximo dali, ele pode me levar para onde desejar, porque eu estou disposta a segui-lo até o inferno e trazê-lo de volta comigo para um mundo de paz.
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TERRORISTA
ActionQuem poderia imaginar que a filha de um famoso Delegado se apaixonaria justamente por um criminoso internacional? Khalid Shall é um homem cruel e extremamente controlador, veio para o Brasil com a missão de "eliminar" algumas pessoas, entre elas o D...