TERRORISTA

25-SIM, EU FUGI!

Brasília, 07 de Janeiro de 2016
às 09:00

By Anne Rocha

Vamos lá Anne, você consegue repito para mim, olhando meu reflexo no espelho. Pode ser realmente difícil dobrar o Marcelo, quero dizer, o Sr. Shall, pensando bem o nome Marcelo não combinava mesmo com ele, agora um rapaz que acha que eu poderia estar infartando, só pode ser um tremendo babaca, sorrio.

Saio do banheiro e peço para ele me deixar deitar um pouco:

-Não estou nada bem - capricho na minha cara de doente. - Como o Sr. se chama?

O rapaz sorri.

-Sou muito jovem para que me chame de Sr. é só Filipe mesmo... Aonde dói?

-Aqui... - respondo apontando para o peito esquerdo.

-Bom, vamos aproveitar que o Alexandre está na cozinha tomando café, para que você deite um pouquinho, Sr. Shall me mata se descobrir...

-Eu não vou falar nada Filipe - e lhe dou um belo sorriso.

O rapaz cora, é tímido, que gracinha...

Ele me leva até o quarto, eu me deito, ele pergunta se pode massagear aonde dói, eu prontamente digo que sim.

Ele massageia a região do meu peito esquerdo, eu sinto o quão excitado ele fica em me tocar, porém me sinto indiferente, não sei explicar, mas é como se eu fosse imune ao seu toque, se fosse o Sr. Shall eu já estaria com a calcinha molhada.

Cansada de ser apalpada pelo Filipe, me sento na cama e retiro a minha calça, deito de bruços, ele apenas me observa.

-Aqui também dói! -aponto para o meu bumbum - Faz massagem Filipe...

O rapaz passa a mão levemente e pergunta surpreso:

-Quem fez isso Anne?

-Seu chefe! - respondo com uma voz chorosa. -Está muito ruim?

-Está um pouco roxo aqui... - e ele toca o local que mais dói.

Eu dou um gemido e respiro fundo, realmente está doendo muito.

-Sr. Shall é um monstro às vezes! - Filipe fala.

Sim, um monstro deliciosamente gostoso, minha diabinha interior pensa por mim, e eu lembro daquele beijo possessivo, forte, aquele olhar, há algo que me prende à ele de uma forma incontrolável. Como se ele não fosse apenas isso, talvez exista algo de belo dentro dele que precisa ser liberto.

-Espere aqui - Filipe interrompe os meus pensamentos -Vou buscar uma pomada que irá te aliviar bastante, costumo dizer que é milagrosa! - o rapaz sorri docilmente pra mim, e se retira do quarto, esquecendo de trancar a porta.

Não pensei nem duas vezes, peguei uma jaqueta jeans que estava próxima de mim, vesti a calça e saí do quarto. Foi fácil achar a saída da casa e pular por uma pequena cerca de arame farpado, confesso que me machuquei toda, mas fugi, sim eu fugi!

Corri tanto quanto podia por uma longa estrada de terra, é difícil assimilar o que eu sinto no momento, mas posso dizer que sinto medo, muito medo.

Medo pelo que posso encontrar pela frente, medo do meu pai não está me esperando...