Brasília, 11 de janeiro de 2016.
By Anne Rocha
Meu pai me acordou cedinho mais uma vez, segundo ele temos uma missão muito importante para hoje.
Finalmente ele atende um Dr. Bruno muito nervoso, e diz que está indo me levar pra depôr, eu ainda não sei o que vou dizer, espero que na hora as palavras saiam da minha boca.
Entro na delegacia, todos olham pra mim e pro meu pai, alguns nos cumprimentam, outras nos desejam boa sorte, senti um clima estranho, pode ser apenas impressão minha, será que essas pessoas acham mesmo que o meu pai matou o Kléber Trevisan?
Adentramos na sala do Dr. Bruno, e ele tem a mesma cara de pit bull que o meu pai, já fico toda tensa.
-Ora, ora Sr. Rocha o mundo desabando na minha cabeça, e o Sr resolve simplesmente tirar férias com a filha. Você sabe como funcionam essas coisas, o superior tá pedindo sua cabeça, eu tô tentando segurá-lo, mas você não tá me ajudando...
Meu pai apenas respira fundo e se joga na cadeira a frente do Dr. Bruno e eu me sento na cadeira ao seu lado.
-Vamos lá pode iniciar as perguntas! - meu pai fala.
Dr. Bruno pigarreia, fica vermelho, pigarreia de novo. Céus alguém pegue um copo com água para esse homem!
-Sr. Rocha me deixe a sós com a menina! - o homem fala firme.
-Não vejo necessidade - meu pai responde.
Xi... Duelo de pit bulls! Minha diabinha interior já pegou a espada e a anjinha pegou a focinheira.
-É o procedimento Sr. Rocha - o homenzinho vermelho parece está ficando roxo.
-INFERNO! Parece que você não me conhece Dr. Bruno, por causa da morte de um traficante, um bandido, um lixo da sociedade, põe em dúvida a minha lealdade com a polícia, com tudo o que eu já fiz, parece que todo mundo se esqueceu quem eu sou! - meu pai explode.
Minha vontade é se esconder debaixo da escrivaninha do Dr. Bruno.
Dr. Bruno se levanta vai até a porta, abre e fala com toda a calma:
-Sr. Rocha vá tomar uma água, daqui a pouco você pode retornar...
Meu pai sai da sala e a nuvenzinha negra que paira no ambiente segue com ele.
-Vamos lá mocinha! Conte-me tudo sobre o sequestro, faça um esforço para se lembrar de qualquer detalhe, as vezes algo que você acha insignificante pode ser a pista que precisamos para prender esses bandidos.
Eu narrei a história de forma simples, e o homenzinho me interrompia o tempo todo, quando terminei de contar, ele pigarreou mais umas três vezes, me encarou sério e disse:
-Anne, eu acredito que você saiba que o pescoço do seu pai está em jogo nessa história toda, é impossível que você não possa me descrever uma pessoa sequer que você tenha visto quando esteve no cativeiro, é mais absurdo ainda a idéia de quem alguém que estava lhe vigiando, esqueceu de trancar a porta do quarto onde você estava e você simplesmente fugiu, mas não se lembra como voltar lá!
-Me desculpe, eu estava em estado de choque. Eu não me lembro de nada... - falo com a voz já fraquejando.
Ele pega um retrato e me mostra.
-Você conhece esse homem?
Capricho na minha melhor cara de paisagem para responder:
-Não Sr!
-Você está mentindo! Pois essa foto que você está vendo, estava no fundo da tela do seu celular quando seu pai alegou que você havia sido sequestrada...
FERROU! Pensa rápido Anne!
-O Sr perguntou se eu conheço? Mas, eu não o conheço, nunca o vi na minha vida. Pessoalmente, quero dizer... alguns meses atrás eu o adicionei no meu Facebook, e o Dr há de concordar comigo que é um homem muito bonito, então eu salvei a foto e coloquei no fundo da tela do meu celular.
-Você está mentindo mocinha! Eu tenho certeza que você conhece Khalid Shall...
-Dr. Bruno eu nunca sequer ouvi esse nome na minha vida, o perfil que eu adicionei no Facebook tinha um outro nome, não me lembro bem, acho que era Marcos, Mauro, algo assim.
-Só posso te dizer uma coisa Anne, com esse seu depoimento você prejudicou e muito o seu pai. Tenha um bom dia.
Saio da sala orgulhosa pela minha coragem, e xingando mentalmente de otário esse Dr. Bruno, não adiantou ele achar que iria me pressionar falando que meu pai está numa pior.
Eu não sou burra não existem provas suficientes pra prendê-lo, se tivessem ele já estaria preso.
Ainda antes de sair da delegacia, o Dr. Bruno e o meu pai trocaram algumas palavras, depois fomos embora, missão completa!
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TERRORISTA
ActionQuem poderia imaginar que a filha de um famoso Delegado se apaixonaria justamente por um criminoso internacional? Khalid Shall é um homem cruel e extremamente controlador, veio para o Brasil com a missão de "eliminar" algumas pessoas, entre elas o D...