Capítulo 4

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CAPÍTULO 4

Stela até tentou prestar atenção no décimo terceiro andar, saber o que o fazia ser mais especial do que os demais. Mas havia coisas mais importantes acontecendo naquele exato instante: como a forma que Brian se aproximou e a recostou contra a parede, por exemplo. As mãos dela encontraram arabescos de um papel de parede absurdamente detalhado. (Ah, ali estava uma diferença: os hóspedes do sétimo andar não tinham paredes daquelas para admirar pelos corredores).

— A forma como você morde seus lábios quando está nervosa... é excitante. — A voz de Brian era um sussurro próximo ao ouvido dela

— Eu... fico mordendo eles?

— Fica.

— Não é proposital.

— Sei.

— Eu juro.

— Tá. Eu acredito.

O beijo veio logo depois: um solavanco exigente e violento que confirmou suas expectativas de como astros do rock deveriam beijar. Aprovado com louvor. E quando Stela pareceu se esquecer de respirar, Brian diminuiu a pressão. Os lábios deslizando com suavidade sobre os dela, sem a urgência desesperadora que fazia as pernas da garota oscilarem. Puta merda. Que jogo diabólico era aquele? Não importava, desde que os dois continuassem a jogar.

Deixou que seu novo vocalista favorito conduzisse o movimento. Ele claramente sabia o que estava fazendo. Só ela ainda não havia sido apresentada a beijos assim, surpreendentes, mas tão fáceis de acompanhar. E a garota quis reduzir-se ainda mais àqueles lábios a cada sinal de aprovação que lhe emitia o corpo dele.

Carter tirou algo no bolso da calça. (Calma, coraçãozinho agitado, era só o cartão magnético). Os olhos ainda fechados, os lábios bem ocupados em causar sensações curiosas no pescoço da garota. Uma das mãos procurou a entrada da porta.

Aquilo demoraria uma eternidade.

— Maldito cartão. — Ele pestanejou.

— Me dá, deixa eu tentar.

Um clique e pronto: aquela luzinha verde se acendendo foi algo lindo de se ver.

— Você é um gênio, garota. Claramente só um de nós está pensando aqui. — Brian disse.

— Você não precisa pensar, só precisa... continuar a fazer o que estava fazendo.

Stela, Stela. Quando foi que se tornou tão atrevida?

Andar e ao mesmo tempo ajudá-lo a desafivelar o cinto foi ainda mais difícil do que acertar o cartão de primeira. O som baixo que escapou da garganta de Brian quando ele a puxou para si... foi algo primitivo, e despertou coisas que a garota nem sabia que existiam dentro dela. Deus. Talvez alguém devesse recalcular a distância entre a porta e a cama de lençóis egípcios. Torná-la menor para quando astros do rock se hospedassem ali.

O corpo dele indicou a direção da cama. Stela não soube como, mas de repente, os dois estavam no colchão, as pernas de Brian criando um espaço entre as coxas dela. E então, contato visual; aqueles olhos verdes poderiam matá-la de súbito se continuassem a encará-la daquele jeito.

— Tira o moletom. Quero sentir sua pele. — Ele disse.

Ela obedeceu. E quando Brian também tirou a camisa, ela já sabia o que esperar, mas isso não a impediu de se sentir maravilhada pela segunda vez naquele dia. Stela correu os dedos por um dragão inofensivo, rosas em chamas e corações apunhalados. Desejou também poder deixar sua marca ali.

Depois a garota sentiu os dedos dele no cós da sua calça. Quando ouviu o estalo do primeiro daqueles três botões desnecessários foi que se lembrou da calcinha que escolheu para aquela noite em que sexo não estava nos seus planos: coraçõezinhos. Dezenas deles.

Não Conte aos Paparazzi (concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora