Capítulo 47

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Genteeee! Vcs são demais! Segue a continuação! Bora chegar a 100 curtidas para ter o capítulo final até amanhã? E

O Pop10, um portal de notícias filiado a uma emissora televisiva de alta audiência, havia montado uma tenda na parte sul do evento, protegendo os equipamentos contra a chuva ininterrupta. Uma repórter de traços delicados e cabelos cortados retilíneos na altura da nuca conferia a esmo uma prancheta. Não era um rosto conhecido como o de Joana Carvalho, e sim o de alguém que ainda buscava a ascensão no mundo jornalístico.
Stela caminhou até a tenda sob a torcida silenciosa de Josi e Otávio. Ela ainda não estava acreditando que deu ouvidos àquela ideia absurda. Pensou em desistir quando o operador de câmera olhou com cara feia para seus tênis molhados que manchavam o carpete esticado sobre a grama. Mas respirou fundo e tomou coragem para dizer:
— Sei que vai parecer loucura e vocês podem não acreditar, mas saibam, antes de tudo, que não me exporia dessa forma se não fosse verdade.
O câmera e a jornalista entreolharam-se curiosos. A jornalista acariciou o queixo, o olhar interessado na direção de Stela.
— O que vai parecer loucura? — Ela encorajou.
— Pedir sua ajuda para que o Brian saiba que estou aqui. — A professora disse então apontou para a frase no telão. — Sou a Stela.
A repórter arqueou as sobrancelhas, a expressão estupefata:
— A Stela da declaração?
Ela acenou confirmando. O câmera correu os olhos, da garota para a colega, duvidoso. Mas a jornalista continuava persuadida:
— Tem como provar?
— Pois é. Aí que tá... Não tenho. — Stela suspirou.
— Nenhuma foto? Mensagem? Nada?
A professora franziu as sobrancelhas e balançou a cabeça. E lá ia ela passar por sua segunda sabatina do dia.
— Então como podemos ter certeza de que não está mentindo? Dizem que a Stela verdadeira está no camarim. — O câmera cruzou os braços e fechou o cenho. Era mais velho, consequentemente, também deveria ser mais experiente do que a jornalista e mais incrédulo diante de situações como aquela.
— Não podem. Mas tem a minha palavra de que não estou. — Stela respondeu e esperou que isso valesse alguma coisa.
O assistente de câmera bufou uma risada que foi interrompida por uma cotovelada da jornalista.
— Certo... Não... sai daí, ok? — A jornalista conferiu a expressão da professora duas vezes, até ter certeza de que Stela não iria a lugar algum, depois se virou para a equipe. Josi e Otávio acenavam animados há alguns metros dali.
E Brian? Brian brilhava em cima do palco sem ideia de tudo o que estava acontecendo com aquelas pessoas do tamanho de formiguinhas sob seus pés.
— Ela não tem como provar, e essas fãs fazem de tudo para chamar a atenção, Marina. — O assistente dirigiu um olhar ressabiado para a garota, mas desviou antes que ela o encarasse de volta. — Se a colocarmos ao vivo e esta história não for verdadeira... nossas cabeças vão rolar.
Marina, a jornalista, tinha os olhos brilhantes como de uma criança numa loja de brinquedos. Estava quase cedendo.
— Mas se for verdade... — A repórter rodeou Stela — é um furo de reportagem. Pense bem, Flores. A mídia está louca atrás dessa garota!
— Se for verdade, claro. Mas se não for... Já vi gente sendo despedido por muito menos. Enfim, é só minha opinião, de qualquer forma, você sabe que a última palavra é sua, Marina. — O tal Flores disse. E Stela notou quando um sorriso temeroso competiu com o entusiasmo no rosto de Marina Padovan:
— Se sua história não for verídica, Stela... você será a responsável por uma despedida em massa da minha equipe. — A jornalista falou.
— Acho que vou ser responsável é por uma promoção da sua equipe. Isso sim. — Stela se atreveu e notou o torpor brilhar ainda mais forte nos olhos de Marina.
— É... tem uma chance disso acontecer... — a mulher falou, vítima de um pequeno devaneio. Então estalou os dedos e se virou para os colegas. — Flores, prepare a câmera, e Denis, entre em contato com nossa editora, pergunte se conseguem nos colocar ao vivo em alguns minutos.
Esse outro rapaz arregalou os olhos, apreensivo.
— Se perguntarem se conferimos a autenticidade da história, o que eu digo?
— Diga que eu conferi. — Respondeu irritadiça uma Marina cansada de ser a garotinha constantemente aconselhada por homens "muito mais experientes" do que ela.
Denis deu de ombros e foi até um computador. Stela nem pensou antes de abraçar a jornalista:
— Obrigada! Muito, obrigada!
A repórter quase se desequilibrou. Depois comemorou junto da garota quando o assistente voltou com a resposta de que poderiam colocá-las ao vivo em 20 minutos, no intervalo da novela: a audiência estaria lá em cima.
E de repente, não era apenas a reportagem, Marina queria mesmo que aquela história tivesse um final feliz. A jornalista reajeitou o terninho e deu uma piscadinha para Stela antes de insinuar:
— Se depois desta noite vocês se acertarem, vou querer uma entrevista exclusiva, certo?

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