Capítulo 13

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 CAPÍTULO 13

Pessoas comuns tinham um carro na garagem para atender toda a família. Músicos da Dark Paradise tinham um carro para cada dia da semana sem famílias para atender. Stela não entendia muito bem de automóveis, mas podia dizer com certeza que os dois restaurados eram relíquias. James Dean deve ter dirigido uma daquelas belezinhas num de seus filmes, o banco traseiro do outro, pode muito bem ter servido de cenário para que Elvis e Priscilla Presley fizessem seus bebês. Também havia os modelos modernos de pura ostentação: muitos milhões em quatro rodas.

— Puxa, e eu colecionando ímãs de geladeira. — Stela disse, extasiada. Nunca iria entender essa coisa de garotos e carros.

— Tem mais alguns na casa em Hamptons.

— Rá. Sabia que você escondia os outros em algum lugar. — Ela caçoou. — Eu deduzi que cinco não seriam o suficiente para uma pessoa só.

Brian ficou sem graça.

— Não quis ser arrogante... É que eu gosto muito de carros.

— Não foi arrogante. Eu só estou brincando. — Levando em consideração o fato de ter um tigre morando naquela casa, aquilo realmente era muito natural para um jovem sem limite de conta bancária. — Vai fazer "uni duni tê" para saber qual deles vai ser? — Ela não resistiu.

— Já está escolhido. — Brian a encarou de um jeito demasiadamente longo. Deus... se ele soubesse o que aqueles olhares causavam no corpo dela, os usaria com mais moderação. Ou não. — Que bom que optou por calça jeans.

Antes que ela perguntasse qual a relação entre roupas e passeios de carro, Carter entregou-lhe um capacete.

— Moto? Sério? — Ela ergueu as sobrancelhas.

— Por quê? Tem medo?

— Nunca andei.

O vocalista deu um sorrisinho sórdido.

— Que bom que essa primeira vez eu serei capaz de atender sem nenhum peso na consciência.

A garota revirou os olhos.

— Você tem medo de aviões, mas anda de moto. Bem incoerente.

— Não dá para comparar. Aqui sou eu quem piloto e não estou a trinta mil pés de altura.

— Matematicamente falando, você estaria mais seguro a trinta mil pés do que dirigindo esta lápide antecipada.

Ele bufou uma risada. Ajudou-a afivelar o capacete depois deu duas batidinhas na proteção acrílica:

— Pode confiar em mim que não vou te deixar cair, ok?

Stela sentiu o efeito da ansiedade nas mãos molhadas de suor, mesmo assim, respondeu:

— Tudo bem.

A moto era uma BMW branca e de cara tinha uma vantagem sobre suas concorrentes de garagem: a proximidade que Stela teria do piloto. Poderia envolver os braços pelo abdômen do motorista sem ter que ficar constrangida. A jaqueta de couro cumpria bem a função de protegê-la do ar frio ao entorno, além do fato de ter o cheiro de Carter imbuído na peça: um deleite para seus sentidos. Com o rosto recostado no ombro dele, ela disse:

— Deus! Isso é bom!

— Não é?

Estavam gritando um com o outro: culpa da péssima acústica que motos têm pelo simples fato de serem motos.

— Se meu pai souber que eu estou andando de moto...

— Se seu pai soubesse os pensamentos impuros que eu tenho a respeito da filha dele, essa seria a menor das suas preocupações esta noite.

Não Conte aos Paparazzi (concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora