Capítulo 16

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CAPÍTULO 16

— Quer se vingar dele?

— Quê?

— Eu e você. O que acha?

Stela o encarou. Elijah continuou abrindo e fechando o isqueiro, os pés pra cima da mesa. Uma falta de modos que combinava com o sorriso arrogante no rosto dele.

— Viu só? Agora você está sendo um idiota. — Ela disse. — Sabia que isso era uma má ideia. Eu deveria ter ido direto para o aeroporto.

A garota deu uma olhada rápida para o apartamento a sua volta. Surpreendentemente organizado. Havia uma certa obsessão pela cor branca que predominava das paredes ao mobiliário suntuoso. Uma mistura refinada de cheiros cítricos ainda rescendia do porcelanato brilhante da cozinha, sugerindo que alguma equipe de limpeza acabara o serviço a pouco. Se um médico quisesse usar o chão do lugar para uma cirurgia cardíaca, com certeza teria o aval da vigilância sanitária. A única coisa destoante do duplex localizado em uma área nobre de Los Angeles era o próprio guitarrista. Ele certamente teria se encaixado melhor como o administrador de uma masmorra sadomasoquista recheada de garotas seminuas despencando de correntes presas ao teto.

Elijah colocou um cigarro na boca, mas não o acendeu. Ficou com o objeto parado no canto dos lábios.

— Convenhamos, ratinha. Eu precisava tentar.

— Ah, claro. — A garota revirou os olhos e tentou achar graça no pedaço de pizza no prato. Pepperoni. Em outras circunstâncias, provavelmente estaria deliciosa, mas não quando ela estava de coração partido.

— Então só me responda uma coisa, hipoteticamente. — Elijah disse, retirando-a de seus pensamentos. Stela ofereceu-lhe um aceno de queixo para que continuasse. — Hipoteticamente, se você não tivesse conhecido o Brian, se tivesse me conhecido apenas... Teria ficado comigo?

—Hipoteticamente?

— É. — O guitarrista ainda balançava os tênis sobre o tampo da mesa, Stela teve vontade de empurrar-lhe os pés para o chão, arrancar-lhe do rosto o sorrisinho confiante.

— Não. — Ela resumiu de súbito.

— Por quê?

— As circunstâncias em que nos conhecemos. Te odiei de cara.

Nash deu um sorriso de orelha a orelha tal como o cretino seguro de si que era.

— Não vamos fingir que isso é verdade. Porque não é.

— Tá, mas não é totalmente mentira. — Disse ela. — A verdade é que não gosto do seu jeito e da sua falta de filtro antes de falar as coisas e magoar as pessoas. Detesto este perfil de bad boy que você interpreta o tempo inteiro.

Ele não se abalou nem um pouco, ao contrário, balançou a cabeça como se estivesse satisfeito por terem reconhecido seu esforço de passar uma péssima impressão.

— Eu não interpreto, Stela. Quem interpreta é o Brian, que paga de bom moço quando na verdade é um canalha. Ele e Natalie já estavam juntos quando vocês se conheceram em Praga, sabia disso?

Stela já imaginava que isso fosse bem possível, de qualquer forma, doeu ouvir.

— Não, não sabia.

— Pois é. Sei que você deve odiá-la, mas ela provavelmente te odeia mais. E sabe quem é o vilão desta história? — Nash deu-lhe uma olhada sugestiva — Dica: não é você, muito menos a Wolf.

Ela mordeu outro pedaço da pizza. Parecia plástico. Sem sabor.

— Agora voltando um pouco o assunto. — Os lábios dele curvaram-se de um jeito insinuante. — Você admitiu que gosta um pouco de mim, hum?

Não Conte aos Paparazzi (concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora