Capítulo 21

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 CAPÍTULO 21

DIAS ATUAIS...

Cristiano parecia decepcionado. Ainda assim, os lábios expressaram um meio sorriso para convencê-la do contrário. Stela também sorriu para tentar esconder o desespero: sobre o criado-mudo ao lado da cama, dois convites para a estreia do filme de Natalie Wolf e Brian Carter. Ela engoliu em seco. A garota precisava ter uma conversa séria com a central de controle do destino.

— Tem certeza de que não quer ir? — Cris perguntou. — Achei que gostasse desses filmes de mulherzinha.

— Bem... acho que o senhor me subestimou. Talvez eu não seja tão mulherzinha assim.

Cristiano arqueou uma sobrancelha provocando:

— É... eu deveria ter deduzido que filmes de ação e violência fazem mais o seu tipo.

— Isso mostra que você não conhece tanto assim sua namorada. — Stela zombou fitando os olhos castanhos do rapaz, mas sua risada saiu trêmula. Foi até o armário e começou a mexer nas roupas a esmo, só para ganhar tempo até que o sangue voltasse a circular. Virou-se quando a mão de Cristiano contornou-lhe a cintura. Ele então a levantou até que os dela lábios ficassem à altura dos seus.

— Talvez se minha namorada tivesse mais tempo para mim e não se esquivasse tanto... eu poderia saber mais sobre ela.

Oh...

Mesmo que fosse um mauricinho egoísta (palavras de Josi), Stela conseguia ver virtudes em Cristiano. Era divertido, carinhoso e... lindo. Tinha uma graça quase angelical, ainda que o corpo esguio e bronzeado fosse mais um incentivo para o pecado do que qualquer outra virtude celeste. Ela podia se considerar uma garota de sorte.

— Quem mandou escolher uma nerd? Trabalho é meu sobrenome. — Stela deu-lhe um selinho rápido, depois olhou para o chão, um indicativo sutil para que ele a colocasse de volta. O homem atendeu-lhe, não antes de oferecer um sorriso torto.

— Mas essa garota nerd pode muito bem arrumar um tempo para o namorado... — insinuou — a começar por um almoço com os sogros este fim de semana.

Stela sentiu um frio na espinha em pleno calor carioca. Cristiano concentrou uma sequência de beijos no pescoço da namorada com a clara intenção de embarga-lhe os pensamentos. Ela deu um passo para trás. Cris suspirou.

— Sogros? Não acha que ainda é muito cedo para isso? — Stela respondeu evitando o olhar exigente do rapaz que não estava disposto a desistir.

Cris bufou.

— Cedo? Não aguento mais minha mãe e seus interrogatórios. Todos querem conhecer a garota que me colocou nos eixos.

— Eu fico honrada em ser a responsável por fazer de você um rapaz mais decente, mas realmente acho que devemos esperar mais um pouco. Envolver os pais implica em um passo sério. — Ela disse. — Ei, quer ver um filme na Netflix?

Belo jeito de desviar o assunto.

Cris cerrou os olhos. Cruzou os braços e sentou-se na beirada da cama. O esplendor do homem não combinava nenhum pouco com o cômodo de paredes mofadas. Algo entre raiva e desapontamento ardeu em seus olhos antes que perguntasse:

— Tá legal. Qual é o seu problema?

Stela piscou duas vezes. Surpreendendo-se com o tom repentinamente agressivo do rapaz.

— Por que está falando comigo desse jeito, Cris?

— São as suas evasivas, Stela. A impressão que tenho é a de que você só quer se envolver até um certo ponto e se eu tento dar mais um passo, dá um jeito de fugir.

Não Conte aos Paparazzi (concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora