Capítulo | 24

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Jade Santiago

[Arábia saudita]

Rendi-me completamente a paixão. Os meus sentimentos por Rayhan progrediram de uma maneira assustadora, elevando-se a aquele patamar arrebatador no qual eu não tinha mais controle.

Nunca senti nada parecido com aquilo. Nem com John, nem com Victor, os únicos outros caras que namorei sério na vida. Com Farid a coisa chegava a outro nível. Ele me beijava e tocava como se estivesse dentro da minha mente e soubesse tudo que eu gostava.

Entreguei-me para ele de corpo e alma. Jamais esqueceria aquela noite tão inesquecível. Os gestos tão delicados, gentis, repletos de devoção.

Senti uma pontada de dor no início que logo foi substituída por um prazer fora do normal. Combinávamos na cama, tínhamos química, fogo, certa urgência em nos conectarmos por inteiro.

Na manhã seguinte papai e mamãe me ligaram bastante cedo, empolgados com o rumo que a vida financeira deles estava tomando. Graças ao dote do casamento Jorge pagou todas às dívidas, e investiu em ações na bolsa de valores.

— Pai, investimentos envolvem riscos e rentabilidade sem quaisquer garantia de retorno. Tem certeza que foi uma boa ideia? — questionei temerosa.

— Ah jadoca, não se preocupe. Pesquisei muito antes de fazer essa aplicação! Você se lembra do Marcelo?

— Aquele seu amigo falido? — arqueei a sobrancelha.

Ele assentiu sorrindo e completou:

— Este mesmo. Agora é bilionário graças a ações de exportadoras.

Okay. Só tome cuidado dessa vez, está bem?

— Eu vou tomar filha.

— Estou morrendo de saudades! — minha mãe gritou ao fundo.

— Eu também. — respondi fungando. Meu coração ficando pequenininho devido à falta que eu sentia deles e de Cecília, Guilherme...

— Quando vem nos visitar? — Eleanor quis saber, acomodando-se na cadeira que anteriormente fora ocupada por papai.

— Eu não sei, depende de Rayhan.

Lembrar que eu precisava do aval do meu marido até para ir ver os meus pais deixava-me um pouco irritada.

— Falando nele, vocês já conseguiram se entender?

— Sim. Digamos que estamos nos esforçando para fazer esse casamento funcionar!

— Olha só. — mamãe ralhou, surpreendida pela notícia. — Você nem parece mais àquela noiva infeliz que via o matrimônio como prisão, que queria vir embora a todo custo.

— Pois é, acho que nós dois tínhamos que dar uma chance para essa união. Só que ainda não é fácil viver nesse país onde quem determina tudo é o homem, estar a um oceano de distância das pessoas que amo.

— Você vai se acostumar.

— Não é tão simples assim. Eu sinto falta de estudar, de sair sem tanto tecido me cobrindo e de não ter tanta gente ao redor duma mesa. Fora que às vezes bate o sentimento de solidão, estar num lugar que você nunca morou antes é meio solitário.

— Compreendo filhinha. Vou ter que desligar porque eu e seu pai fomos convidados para um evento na casa dos Moretti's. Ligo assim que tiver tempo novamente!

— Certo. Se cuidem!

— Pode deixar. — respondeu finalizando a vídeo chamada.

Meus olhos se encheram de lágrimas com a constatação de que talvez eu nunca mais tivesse minha vida anterior de volta.

A Segunda esposa do Sheik #1Onde histórias criam vida. Descubra agora