Capítulo | 34

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Jade Santiago

[Arábia Saudita]

Senti meu coração ficar quentinho quando cheguei em casa, e parei para pensar no significado de Rayhan ter providenciado absolutamente tudo para quê eu regressasse para faculdade.

Os meus sonhos, objetivos e realizações  pessoais eram somente prioridades minhas, mas era extremamente gratificante saber quê meu companheiro se importava com cada uma daquelas coisas com quase a mesma intensidade que eu.

Estava tão feliz que nutria a vontade de sair dançando pelo palácio. Por cada cômodo dele, por mais gigantesco que fosse.

As reações de Farid à minha felicidade mostravam-se bem espontâneas. Dava para perceber que minha alegria despertava à dele. Considerava aquilo algo muito, muito especial em nossa relação.

Ele havia ficado boa parte do caminho (após nossa conversa sobre os costumes machistas daqui) falando no quanto estava ansioso para minha formatura. Ansioso para me ver brilhar (palavras dele).

Eu só conseguia sorrir, agradecer e beijar sua bochecha, bem no ponto onde a covinha se escondia.

À tarde quando meu lindo (e generoso) marido foi cuidar de questões da construtora no escritório resolvi procurar Âmbar para contar a novidade. Tive o terrível azar de esbarrar logo em Surya.

— Você não olha para onde anda? — empurrou-me para trás.

— Tire suas patas de cima de mim! — grunhi, pondo algum espaço entre nós duas.

— Eu devia ter posto veneno na sua comida quando tive a chance. — confessou com uma raiva no olhar que quase me assustou. — Desde o primeiro dia monopolizando toda atenção para si própria. Desde o começo bancando a boazinha, a superior, a evoluída... — sarcasmo escorria por cada palavra.

— Surya você não me suporta e a recíproca é verdadeira, agora será que pode fazer o favor de sair da minha frente?— perguntei, nem um pouco interessada em começar outro barraco com aquela doida.

— Eu conversei com Rayhan hoje! Sabe o quê ele me disse? — questionou com uma expressão de ódio mortal.

— Não faço a menor ideia, também não tenho interesse. — tentei me distanciar, ela atravessou meu caminho.

— Que sob hipótese nenhuma eu ficarei nesta casa! — falou, mesmo depois de eu ter dito que não queria saber. — Aposto que tem um dedo seu nessa decisão. Aliás um dedo não, uma mão inteira.

— Eu não pedi à Rayhan para te expulsar, se é isso que tá sugerindo. O quê eu disse foi que não conseguiria morar aqui sabendo que há outra mulher grávida, alegando ser do meu marido.

— Se isso não é pedir com jeito para quê me ponha na rua eu não sei mais o quê é!

— Não que eu te deva satisfações, mas me planejei para quê EU fosse embora.

— Olha aí a boa samaritana aparecendo novamente.

O deboche dela fez com quê eu perdesse consideravelmente a paciência.

— Chega desse joguinho Surya! Eu e você sabemos que essa criança não é do Rayhan. — parti para o ataque. — Você devia se envergonhar. Forçar uma situação grotesca como essa, mentir na cara dura, negar a paternidade ao verdadeiro pai do bebê...

A desgraçada sequer mudou de fisionomia. A mentira já estava tão bem ensaiada, que Surya à levava como se fosse verdade absoluta.

— Sua diabólica. Como pode fazer acusações tão sérias assim sem nenhuma prova? Eu jamais trairia meu Habib.

A Segunda esposa do Sheik #1Onde histórias criam vida. Descubra agora