Capítulo | 15

29.3K 2.6K 249
                                    

Rayhan Bolkiah

[Palácio de Beilerbei – Arábia Saudita]

— A construtora Bolkiah vai pegar a obra de restauração da Ponte Rei Fahd. — informei a papai mostrando-lhe o esboço do projeto que eu mesmo havia desenhado. Tínhamos vindo para o escritório há cerca de quarenta minutos, logo após o almoço. — Originalmente ela foi constituída por um conjunto de viadutos sobre o golfo pérsico, com um comprimento de cerca de 25000 metros. Fica num lugar de difícil acesso e creio que nossos engenheiros terão trabalho em reconstruir a parte marítima. 

— Ibraim e Amin são perfeitamente capazes filho. O que me preocupa não é a parte inundada e sim o prazo extremamente apertado. — Said expressou seu descontentamento.

Eu sempre lhe deixava a par dos negócios, mesmo que ele não fosse o proprietário legal de absolutamente nada.

Aos dezoito anos eu construí meu próprio futuro. Ingressei numa das maiores universidades do mundo, me formei em engenharia civil e com a parte da herança de meu avô paterno abri minha própria empresa aos vinte e quatro anos.

Murade Selim Bolkiah meu queridíssimo jad era descendente direto da família real sultana, e o homem mais amoroso que já tive a sorte de conhecer. Ele amava todos os netos, inclusive Najib, mesmo não tendo seu sangue correndo pelas veias.

Meu irmão mais velho fora adotado aos quatro anos de idade quando mamãe acreditava ser estéril, não que ela o tenha pegado para criar por amor e sim por necessidade, já que não gerava o tão sonhado herdeiro que o sogro queria.

Mesmo amando a todos os Bolkiah's aparentemente de forma igualitária vovô não escondia sua predileção por mim. Fez-se um verdadeiro escândalo quando seu testamento foi aberto e seus descendentes descobriram que a maior parte dos bens fora destinado não ao filho Said e sim ao neto Rayhan.

Como se não bastasse isto ele exigiu por escrito que o título de Sheik fosse transferido a mim quando completasse a maior idade.

Em nossa tradição Xeique, Xeque ou sheik significava o mesmo que soberano, líder, governador. O termo podia ser utilizado tanto para designar o chefe de uma tribo que herdava essa qualificação de seu pai, um estudioso islâmico ou um membro da nobreza contemporânea que detinha poder, dinheiro e domínio.

Eu me encaixava em dois desses quesitos: condutor da linhagem Bolkiah e membro da arvore genealógica real com fortuna suficiente para impressionar qualquer pessoa.

Said, Kamal e Najib também receberam uma boa soma de Murade, porém nenhum dos três soube como investir a herança e eventualmente perderam tudo. Eu lhes ofereci emprego. Atualmente todos eles atuavam na construtora em cargos respeitáveis. 

— Estou acostumado a trabalhar com datas curtas. Youssef ficou responsável por contratar mais mão de obra especializada e comprar materiais necessários para uma construção dessa magnitude.

— Quando iniciará a restauração?

— Semana que vem. —  respondi impulsionando a cadeira para trás ficando de pé. — Estou pensando em usar concreto e aço reforçado. A estrutura faz parte de cinco pontes, é necessário algo resistente que não deteriore rápido. 

— Ainda acho que lhe deram muito pouco tempo. A edificação original levou quatro anos inteiros para ficar pronta e querem que a Bolkiah Saudi Techint entregue em três?

— Eu consigo restaurá-la em dois e em perfeitas condições, acredite em mim. — fui incisivo.

Lattiffa adentrou a sala completamente agitada, eufórica e gaga. Ela parecia ter corrido uma maratona do andar de cima até onde estávamos.

A Segunda esposa do Sheik #1Onde histórias criam vida. Descubra agora