Capítulo | 10

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Rayhan Bolkiah

[Arábia Saudita.]

Eu vou me atirar daqui de cima e vocês vão arder no mármore do inferno, consumidos pela culpa. — Surya ameaçou chegando ainda mais perto da beirada.

Minha mãe e meu irmão haviam acabado de chegar do Brasil anunciando que eu já tinha uma nova noiva e que ela se chamava Jade quando a mulher resolveu causar alvoroço subindo no parapeito da janela do terceiro andar.

Calculando de onde estava se ela realmente tivesse coragem não haveria um só osso que não se quebraria com o impacto.

— Ela está dramatizando baba, não terá coragem. — Naim assegurou agarrando-se a mim.

— Surya por Alá, desça daí. — mamãe implorou tentando se aproximar.

— Nem mais um passo sogra. A senhora me traiu também!

— Faça alguma coisa Rayhan! A sua mulher tá tentando se suicidar. — papai cutucou-me.

— Vá em frente! Pule. — incentivei totalmente ciente de que aquilo não passava de cena. — Se quer mesmo deixar de viver faça isso logo. — cruzei os braços sob o peito ávido.

— Vejam! Meu marido não se importa comigo, ele já foi enfeitiçado pela estrangeira.

Sem qualquer resquício de pena virei-me nos calcanhares, segurei a mão de meu filho e nos afastei daquele showzinho de quinta categoria. 

Visualizei a loja feminina ainda dentro da minha Mercedes. A única em Buraidah com peças exclusivas vindas de Beirute.

Desci do veículo e bati a porta do motorista me encaminhando para entrada da boutique. Uma das vendedoras me atendeu.

— Em que posso ajudá-lo?

— Estou à procura de um vestido para minha noiva.

— Que tipo de vestido? O senhor já tem alguma coisa em mente?

— Algo ousado, sensual e ao mesmo tempo elegante.

— Está no lugar certo. Acabaram de chegar peças lindíssimas do estilista Elie Saab.

A mulher que se chamava Alice com certeza não era emiradense, ou nem estaria trabalhando. Ela me mostrou centenas de vestimentas e acabei optando por levar um verde esmeralda, com recorte lateral e decote avantajado. Esperava que tivesse acertado as medidas de Jade e que ela gostasse.

Depois de finalizar a compra não me dei por satisfeito e fui também à joalheria. Escolhi um colar em diamantes e ouro branco. Embalei ambos os presentes e voltei para o palácio.

— Você acha que ela vai gostar? — perguntei a Âmbar após lhe contar das compras que fiz.

— Apesar de o vestido ser bastante revelador eu creio que vá sim.

— Eu exagerei, não é?

— Não. É lindo irmão!

— E se ela se ofender? Não pensei nisso. No instante que bati os olhos na peça extremamente sensual só pensei em como Jade ficaria atraente nela.

— Pare de pensar demais e só escreva um cartão sendo gentil.

— Cartão? — questionei confuso.

— Sim! Para acompanhar o embrulho. Tenho certeza que minha futura cunhada ficará encantada.

— Ótima ideia mana.

A Segunda esposa do Sheik #1Onde histórias criam vida. Descubra agora