Capítulo | 12

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+18 | conteúdo adulto

Jade Santiago

[Palácio de Beilerbei – Buraidah]

 Se tinha uma coisa que eu não poderia negar é que o casamento árabe era animado. As pessoas não se cansavam de dançar, gritar, pular e bater palmas ensandecidas.

Fizeram-me sentar numa poltrona para ser suspensa no ar por dois homens, Rayhan também foi erguido por seu irmão Kamal.

O noivo demonstrava felicidade ao mexer os ombros no ritmo da música e me lançar sorrisos cativantes repletos de significados. Não conseguia entender de onde ele tirava tamanho entusiasmo, visto que nada daquilo tinha haver com afeição, sentimentos, amor...

Depois de muita comemoração vieram os discursos. Said e Nazira foram responsáveis pelas felicitações já que meus pais não dominavam ainda o idioma nativo.

Eu e Rayhan ficamos sentados em enormes tronos em cima do palco acompanhando o desenrolar da celebração até sermos intimados a descer.

— Está na hora da dança dos casados! — Sarah berrou de onde estava e toda atenção se voltou para nós.

Meu então marido tentou pegar minha mão, no entanto fui mais rápida ao me esquivar do seu toque e caminhar sozinha até o centro do salão.

Agradeci mentalmente a alá por ser uma dança separada que não exigiria muito contato. Após o fim da sequência de movimentações retornamos para nossos lugares sendo monitorados o tempo todo pelos olhares mortais de Surya.

Pude interagir muito pouco com Naim e Ara, menos do que gostaria. Eu só os vi quando fui comer alguma coisa.

Ambos estavam na mesa de doces roubando bombons recheados. Meus enteados foram retirados logo em seguida para que pudessem dormir.

As duas da madrugada sentia-me exausta, contudo fingia estar bem para não ter que ficar a sós com o homem ao meu lado.

Preservei a virgindade unicamente por nunca ter encontrado uma paixão avassaladora que me fizesse perder a cabeça, e mesmo assim estava prestes a entregá-la a um desconhecido.

Gelei da cabeça aos pés quando os convidados começaram a gritar para Rayhan: "Você se casou com ela, agora vá para a cama com ela!" "Leve-a daqui! Já passou da hora" "Vá receber o seu prêmio".

Comentários extremamente nojentos vindos de homens, obviamente.

Rayhan levantou-se da cadeira e eu fiz o mesmo, embora quisesse me agarrar a ela com desespero, porém não tinha alternativa a não ser enfrentar a situação.

Alguns olhares de pena e compaixão de outras mulheres pousaram sob mim, mas eles eram quase tão ruins quanto os gritos machistas.

Lembrei-me na hora da maldita tradição dos tecidos ensanguentados. Em muitas regiões do oriente médio os maridos tinham que exibir os lençóis na manhã após o casamento.

O sangue dava aos parentes prova de que a união foi consumada e de que a noiva era virgem.

As famílias parabenizavam os recém-casados quando viam as manchas de sangue, e, assim, se completava o ritual arcaico passado entre gerações.

Senti uma pressão firme e ao mesmo tempo delicada em meu pulso. Virei-me para Rayhan que me encarava como quem perguntava: "Você está bem?". Não respondi a seu questionamento silencioso, invés disso dei dois passos a frente, querendo me livrar logo daquela infelicidade.

A Segunda esposa do Sheik #1Onde histórias criam vida. Descubra agora