Rayhan Bolkiah
[Arábia Saudita]
Deparei-me com a cena mais fofa de todas, ao adentrar a suíte que dividia com Jade. Naim e ela tomavam aquela vitamina cor fúchsia, a mesma que me deu um trabalhão para achar.
— Pensei que esse rapazinho já estivesse dormindo. — falei, chamando a atenção de ambos para mim.
Jade levou mais uma colher cheia de açaí até a boca do menino. Apesar do meu filho ter seis anos, e se alimentar muito bem sozinho sua madrasta o mimava tanto quanto podia. Desconfiava que para compensar a perda precoce da mãe biológica.
— E tinha. Mas o amorzinho de mamãe teve um pesadelo, então o trouxe para cá. Desde então estamos tomando essa delícia aqui. — mostrou-me a taça, já quase vazia.
— O paladar de Naim é árabe. Como fez para quê tomasse essa nojeira? — provoquei sentando-me ao lado dos dois.
— Meça suas palavras ao falar do meu açaí ou vamos sair no tapa senhor Bolkiah.
— Você sabe que não entendo suas gírias brasileiras. — falei divertindo-me com toda aquela falsa indignação. Respirei fundo, e continuei: — Quando liguei para um velho amigo, dono de restaurante e cobrei certo favor jamais imaginei que esse negócio fosse tão ruim.
— Você sequer provou. — rebateu, começando a ficar brava de verdade, fazendo uma careta engraçada de irritação.
Hormônios da gravidez!
— Acredite em mim; eu provei e odiei. — fiz uma expressão de repulsa.
— Eu gostei. — Naim entrou na conversa.
Logicamente tomando partido da mãe.
— Tá vendo? É disso que tô falando. — minha mulher se gabou. — Meus filhos tem bom gosto, diferente do pai.
— Vai ficar dando essas coisas pra eles? — perguntei só para irrrita-la mais um pouco. Leva-la ao limite com discussões bobas era um entretenimento interessante.
— Fique sabendo que vou sim começar incluir na dieta dos dois comidas tipicamente brasileiras.
— Só falta agora você querer que aprendam português.
— Não é uma má ideia. Seria ótimo se Naim e Ara falassem as duas línguas. A do papai e a da mamãe. Até porquê vou levá-los na próxima viagem. Quero que meus pais tenham algum convívio com eles. Tem objeções?
— Não. Nenhuma! Só estava te provocando. Adoro fazer isso. Se bem que talvez o cérebro deles apresente falha no sitema. Árabe já é uma língua particulamente difícil, imagine aprender não só sua língua materna mas também uma outra ainda mais complicada.
Me mostrou a língua ao mesmo tempo que dizia a criança entre nós:
— Tá na hora de voltar a tirar aquele cochilo ursinho. Amanhã você tem aula cedo.
— Está bem mãe. Boa noite
Naim a beijou na bochecha, fez carinho na barriga de Jade, e se despediu de mim com um abraço apertado.
— Vou acompanhá-lo até o quarto. — avisei saindo de mãos dadas com o pequeno.
Ao retornar do quarto de Naim visualizei mais uma vez meu irmão fazendo besteira.
— Largue Sahira Kamal. — gritei, apressando meus passos a medida que o infeliz aumentava a pressão no pescoço da esposa. — É uma ordem. — disse enquanto o empurrava para longe.
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A Segunda esposa do Sheik #1
Romance⇢ 𝐄𝐌 𝐏𝐑𝐎𝐂𝐄𝐒𝐒𝐎 𝐃𝐄 𝐑𝐄𝐄𝐒𝐂𝐑𝐈𝐓𝐀 Livro #1 da trilogia árabes. Jade Santiago é uma jovem de 22 anos que mora com seus pais em um pequeno apartamento no Rio de Janeiro, a família antes bem sucedida e proprietária duma enorme f...