Capítulo | 20

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Rayhan Bolkiah

[Arábia Saudita]

Aguardei pacientemente Ara adentrar o escritório, acompanhada pela outra tia; Asima.

— Âmbar me disse que você queria falar com ela. — explicou, conduzindo a sobrinha em direção a poltrona acolchoada.

— Sim. Obrigado por trazê-la. — falei, e a minha irmã caçula completou:

— Por nada. Disponha! — saiu deixando-me a sós com a garotinha.

— Filha, o papai tem algo muito importante para te perguntar. Jura falar somente a verdade?

— Sim baba.

— Quem foi que te bateu naquele dia? Surya ou Jade? — fui direto.

— Surya! — confessou sem pestanejar.

— E porque não me contou?

— Tive medo. — se encolheu sob o assento.

— Medo do quê exatamente? — questionei investigativo, precisando saber até onde aqueles maus tratos se estendiam.

— De ser punida. Surya me assusta! Ela não gosta de mim, e de Naim também não.

— Ela já te bateu outras vezes filhinha?

— Sim.

Ódio e repulsa tomaram conta de cada célula do meu corpo.

— Era só isso, amor. Pode ir com a titia! — chamei Asima novamente, que a levou para dar uma volta nos jardins.

Comecei a andar de um lado para o outro, totalmente inquieto. Sentindo-me burro por ter acreditado na mulher errada, mesmo com todas as evidências bem à minha frente.

Se eu tivesse prestado mais atenção...

— Sarah! — gritei, e logo a senhora de meia idade surgiu, vinda da cozinha.

— Em que posso ajudá-lo senhor?

— Peça a Jade que venha até aqui, por favor.

— Claro. — saiu apressadamente.

Minutos depois minha esposa apareceu linda, cheirosa e fria como um iceberg.

— Você queria falar comigo? — questionou indiferente.

— Sim. Já pode voltar a circular pelo palácio como anteriormente. — encarei-a de forma intensa, querendo lhe suplicar perdão.

— Estou liberada do castigo? — alfinetou-me sem dó.

— Sim. Irei a um evento social hoje à noite e gostaria muito que me acompanhasse. — optei pela abordagem afável. — É um jantar de negócios na casa de um amigo americano. Não precisa usar abaya, hijab ou niqab. Todos os convidados são estrangeiros, então ninguém estranhará as vestes mundanas. — continuei falando, apesar do descaso que recebi.

Certamente ela gostaria de se livrar por algumas horas dos trajes tradicionais sauditas.

— E se eu não quiser ir? — incitou-me.

— Está no seu direito. Fiz o convite pode recusá-lo se preferir.

Refletiu calada e depois cedeu:

— Eu vou. A que horas devo estar pronta?

— 20h40min. Zayn irá nos levar.

— Certo. — respondeu unicamente, e se retirou.

A Segunda esposa do Sheik #1Onde histórias criam vida. Descubra agora