Capítulo | 11

29.4K 2.5K 133
                                    

Jade Santiago

[Buraidah, Arábia Saudita.]

Os asiáticos realmente consideravam o matrimônio um negócio. No jantar de apresentação isto ficou bastante claro quando Najib explicou a papai que receberíamos não um, mais dois dotes; o de pré-casamento e o de pós-casamento.

O pré era os noventa milhões que havia sido dividido em parcelas para assegurar que nenhuma das partes saísse prejudicada, e o pós só seria pago caso Rayhan viesse a falecer ou quisesse se divorciar.

Para mim aquilo tudo continuava soando como se eu estivesse sendo vendida. Eu e o homem com quem me casaria não havíamos conversado muito durante nosso breve encontro, mal tivemos privacidade para tal liberdade.

Ele aparentava ser fechado, quieto e muito observador. Ambos ficamos desconfortáveis na presença um do outro, e mesmo com medo do desconhecido mantive-me determinada a fazer o que era esperado de mim.

O islã separava as celebrações de casamento em três partes: primeiro, segundo e terceiro dia. No primeiro mulheres e homens foram isolados em salas distintas para que a noiva (no caso; eu) pudesse ficar sem o lenço.

Tive que colocar o hijab e o niqab apenas quando o sacerdote adentrou o local. Ele parou ao lado do meu Wali (o representante que daria minha resposta, ou seja, consentimento) e perguntou:

— Aceita que eu seja o agente que casará você com Rayhan Farid Bolkiah com o dote de noventa milhões de reais?

Assenti com a cabeça e o Wali respondeu:

— Sim, ela aceita.

O religioso fez uma espécie de oração e saiu juntamente com o representante. Virei-me para Nazira e questionei:

— É apenas isso?

— Você aceitou, então perante nossas leis está noiva e casada na religião. — disse tranquila.

— E o que acontece agora?

— O imã irá até Rayhan e falará: "Te casei a Jade Benedict Santiago como agente" e ele concordará.

Poucos minutos apos Lâmia esclarecer minhas dúvidas seu filho surgiu vestido como um verdadeiro rei.

— Pode tirar o véu agora Jade, seu noivo já pode vê-la descoberta. — Maya informou sorridente.

Retirei os tecidos dos cabelos e rosto.

Rayhan lançou-me um olhar de fascínio e admiração antes de pegar a minha mão e deslizar sob o dedo anelar a aliança de platina com uma enorme pedra preciosa no centro.

Assinamos os contratos de união em completo e absoluto silêncio.

Não fui para o Palácio dos Bolkiahs, pois os muçulmanos levavam muito a sério o cumprimento de todas as tradições. Ainda não podia dormir com meu marido ou me mudar para sua casa até que a última comemoração acontecesse e esta aconteceria em Beilerbei. Não que eu estivesse ansiosa para a convivência ou para o sexo de qualquer modo.

No segundo dia de celebração fui devidamente preparada com tatuagens de henna aplicadas em minhas mãos e pés, mas o detalhe curioso foi que apenas mulheres solteiras puderam me pintar.

De acordo com Âmbar os desenhos traziam fortuna e felicidade ao casamento, além de afastar os maus espíritos que podiam atrapalha-lo.

Novamente as festas foram separadas. As mulheres se divertiram com música e dança enquanto os homens conversavam, parabenizavam Rayhan e bebiam chá em outro andar do hotel.

A Segunda esposa do Sheik #1Onde histórias criam vida. Descubra agora