Capítulo | 16

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Jade Santiago

[Arábia Saudita.]

Eu não pensei direito quando depositei a bandeja que carregava sob o aparador e ataquei Surya. Fui movida unicamente pelo sentimento de proteção!

Em determinada ocasião assisti uma reportagem na TV referente ao comportamento das leoas em relação à defesa de seus filhotes. A fêmea avançava até mesmo no macho caso pressentisse que as crias estavam ameaçadas. De certa forma havia feito o mesmo.

Mas em meu caso soava totalmente insano que em tão pouco tempo nutrisse tamanho afeto para com Ara e Naim. No entanto no fundo do meu ser sabia que um laço forte já tinha sido formado.

Eu nunca poderia vê-los sofrer e ficar quieta. Eu nunca poderia assistir esses maus tratos e servir de plateia.

Agarrei os fios escuros de Surya e a arrastei para longe da menina indefesa.

— Solte-me sua insolente ou vai pagar muito caro. — debateu-se tentando se livrar de minhas mãos.

— Vai fazer o que? — desafiei lhe atirando no chão.

— Transformar a sua vida num verdadeiro inferno. Livrar-me de você e desses pequenos demônios. — ameaçou e não a deixei continuar. Dei-lhe duas bofetadas e um bom soco no nariz.

— Você não vai fazer nada, porque antes disso eu acabo com a sua raça. — rugi acertando chutes em suas costelas.

Nazira chegou no instante em que montava as coxas da vadia e batia sua face no piso lustrado.

— Por alá! Perderam o juízo? Jade largue Surya imediatamente. — exigiu a senhora autoritária.

Não larguei, invés disso continuei com os golpes e logo senti meu corpo ser puxado para trás.

— Eu lhe mandei parar. Obedeça-me! — minha sogra gritou raivosa apertando meu pulso fortemente.

Fervi de ódio.

Ela não via a forma como a nora preferida tratava as crianças?

— A senhora protege Surya, e é por isso que ela faz o que quer. É por isso que maltrata Ara bem debaixo do seu nariz. — perdi a compostura.

— Abaixe seu tom de voz para falar comigo. Uma reclamação minha e você será devolvida, jogada ao vento.

— Vá em frente. — incentivei mostrando coragem. — Desça e reclame de mim então por estar praticando justiça.

— A sua justiça consiste em assustar garotinhas? — apontou para neta que chorava num canto visivelmente abalada, tentei pegá-la no colo, mas Nazira não permitiu. — Mantenha distância!

— Essa mulher é louca sogra. — a naja fez-se de vítima e envenenou Lâmia contra mim. — Não deveria nem chegar perto dos meus enteados.

Tentei pular em sua garganta novamente. Nazira imobilizou-me no momento em que outra pessoa adentrou o cômodo.

— Solte-a mãe. Quero ver se vai agredir Surya na minha frente. — o timbre frio e arbitrário de Rayhan preencheu o ambiente, me paralisando.

Viramo-nos para ele simultaneamente. Lattiffa estava atrás de seu corpo imponente com um semblante de horror.

Ela acompanhava nossa sogra até alguns segundos atrás, deve ter ido chamar o cunhado sem que eu me desse conta.

— Alguém vai me contar o que houve ou vou precisar descobrir sozinho? — perguntou meu esposo com sarcasmo.

A Segunda esposa do Sheik #1Onde histórias criam vida. Descubra agora