Capítulo | 33

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Rayhan Bolkiah

[Palácio de Beilerbei]

Jade devorava os morangos com voracidade, enquanto eu apenas à admirava, vez ou outra rindo do seu apetite louco.

— O quê? — questionou desconfiada. — Estou comendo por três! — justificou enfiando umas quatro uvas na boca.

— Mas eu nem disse nada! — falei levantando os braços em sinal de paz, e contendo uma risada.

— E precisa? Essa sua olhadinha julgadora aí já diz tudo.

— Ô minha vida, pode comer a vontade, só estou achando divertido o quanto seu apetite aumentou.

— Culpa desses dois bebêzinhos aqui. — respondeu acariciando a barriga, cheia de amor maternal.

— Tem noção que nós carregaremos logo logo nos braços nossos pequenos? Crianças com traços meus e seus?! — questionei tomado pela emoção.

— Com quem você quer que eles se pareçam? — perguntou deitando em meu ombro.

Encostei minha cabeça na sua.

— Com você obviamente. Que tenha os seus olhos e seu sorriso.

— Já eu quero que puxem ao pai.

— Ah é? E por quê?

— Essas covinhas que você tem quando sorri são muito fofas. — justificou dengosa.

Beijei a palma de sua mão em resposta.

— Acho que vou ir buscar Ara e Naim para tomarem café conosco.

— Ótima ideia. Enquanto você os busca vou ligar para meus pais e amigos. Justificar porquê resolvi permanecer aqui.

— Tá bom. — falei dando-lhe um selinho antes de deixar o quarto.

Naim estava quase saindo para escola, já Ara brincava com sua boneca Thamires.

Ambos ficaram animados com a ideia de fazermos a primeira refeição do dia juntos.

Ao chegarmos a suíte percebi que Jade estava chateada, pela forma como falava ao telefone.

Não entendi absolutamente nada da conversa, pois a mesma acontecia em português.

— Você tá bem? — questionei assim que a ligação foi finalizada.

— Meu pai não entendeu muito bem meus motivos para permanecer. Senti como se estivesse meio decepcionado.

Respirei fundo, tentando me acalmar, ser racional.

— Crianças podem irem se sentando. Papai vai conversar rapidinho com a mamãe.

Ara e Naim sinalizaram com a cabeça, cumprimentaram a mãe, e foram se acomodar próximo a pequena mesa que estava com a refeição.

— Jorge é seu pai, é óbvio que está preocupado e receoso. — falei puxando minha esposa para meus braços. — Eu vou ter uma conversa de homem para homem com ele. Eu lhe devo uma explicação também!

— Não sei se é uma boa ideia Rayhan.

— Andei pensando Maharani, podíamos fazer uma viagem. Esse é o momento perfeito. Acho quê faria bem a nós dois.

Jade franziu a testa sem entender.

— Viagem? Para aonde?

— Eu tenho alguns negócios para fechar no Brasil, pensei que seria agradável levar você junto. Sei o quanto sente falta da sua nação, costumes, dos seus amigos, família.

A Segunda esposa do Sheik #1Onde histórias criam vida. Descubra agora