Jade Santiago
[Arábia Saudita]
— Mamãe, eu vou ganhar irmãozinhos? — Ara questionou acariciando minha barriga, ainda que não houvesse uma grande protuberância ali.
— Sim amor. Mas ainda não sabemos o sexo! Podem ser meninos, meninas ou até um casal. — respondi colocando uma mecha de seu cabelo castanho claro atrás da orelha.
— Eu quero que sejam meninas para brincar comigo de boneca.
Sorri com sua ingenuidade.
Considerando o país em que estávamos seria muito mais fácil se esses bebês fossem meninos.
— Não seja tola. Será dois irmãozinhos para brincar comigo. — Naim rebateu repleto de convicção.
Antes que a discussão se estendesse fiz questão de frisar:
— Não importa o sexo. O importante é que venham com saúde. Concordam?
Os dois assentiram no mesmo instante em que Rayhan adentrou a suíte com o restante da família.
Tínhamos chegado do hospital a menos de trinta minutos, e ele já havia espalhado para o palácio inteiro que carregava gêmeos. Acho que nunca o vi tão feliz antes, apesar de notar que também tinha algo o incomodando profundamente. Lá no fundo daquelas orbes escuras conseguia enxergar uma dor sendo disfarçada.
— Jade você encheu a nossa casa de alegria. — Said murmurou se aproximando sorrateiramente.
Não sabia exatamente o porquê, mas não gostava nem um pouco do jeito como aquele homem me fitava dos pés a cabeça.
Aquele olhar contemplativo não era o tipo de atenção que um sogro deveria dedicar a uma nora. Tinha absoluta certeza disso.
Nunca comentei nada com Rayhan porque cheguei a pensar que fosse apenas implicância minha, partindo do princípio que criei certa resistência ao velho por conta da forma grosseira em que ficava gritando: "Vão para cama!" no dia do meu casamento.
Sabia que na presença do filho ele mostrava não ser meu fã, já na ausência ficava me encarando de forma esquisita.
Incomodada com sua aproximação afastei-me para trás na cama gigante de casal, ao mesmo tempo em que Nazira seguia com os discursos:
— Trouxe vida e felicidade nos presenteando com netos.
— Rayhan é um homem de sorte! Sou casado à bem mais tempo, nem mesmo Sahira e Ranya conseguiram me dar herdeiros ainda. — Kamal reclamou vendo as esposas se encolherem diante de sua queixa, em sinal claro de vergonha, como se ambas só tivessem valor reproduzindo.
Senti-me enojada com aquela atitude escrota.
— Crianças são bênçãos. Estou tão feliz em ter outros sobrinhos! — Asima acrescentou sorridente.
Âmbar foi a única a realmente se importar comigo, e não só com os bebês.
— Você está bem? Sei que ter filhos agora não fazia parte dos seus planos. — sussurrou para que apenas eu a escutasse.
— Estou sim. Eu meio que já desconfiava, uma mulher conhece seu próprio corpo.
— Porque não me contou? — minha cunhada quis saber, não me julgando, apenas de forma curiosa.
— Estava rezando para que fosse qualquer outra coisa. Como você mesmo disse; não fazia parte dos planos.
— E agora?
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Segunda esposa do Sheik #1
Romance⇢ 𝐄𝐌 𝐏𝐑𝐎𝐂𝐄𝐒𝐒𝐎 𝐃𝐄 𝐑𝐄𝐄𝐒𝐂𝐑𝐈𝐓𝐀 Livro #1 da trilogia árabes. Jade Santiago é uma jovem de 22 anos que mora com seus pais em um pequeno apartamento no Rio de Janeiro, a família antes bem sucedida e proprietária duma enorme f...