Capítulo | 06

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Jade Santiago

[Ipanema – Rio de Janeiro, Brasil.]

Com toda certeza aquele era um dos dias mais quentes do ano. Cilía e Gui me ligaram naquela manhã preocupados com o meu sumiço, afinal eu simplesmente desapareci da faculdade, e até dos pubs que frequentávamos sem dar nenhuma explicação.

Marquei um encontro com eles às duas e meia da tarde na sorveteria Cioccolato e Gelato a fim de explicar tudo. Por conta do calor infernal na capital carioca pus um short jeans, e regata.

Sentada numa das mesas da enorme gelataria verifiquei o celular mais uma vez. Nenhum dos meus amigos haviam chegado, estavam atrasados trinta minutos!

Após constatar a ausência de mensagens e ligações passei a observar o ambiente ao meu redor com mais atenção. A Cioccolato e Gelato era linda tanto por dentro quanto por fora. Seguia um estilo vintage agradável, alegre, repleto de cores, mobílias retrô, objetos antiquados como luminárias, quadros, painéis, placas, miniaturas de sorveteiros e inúmeros outros itens.

O piso de madeira e os papéis de parede criavam um ambiente com clima de anos cinquenta. Além do armário estilizado com texturas que lembravam jogos de cartas e do País das Maravilhas. As tonalidades quentes das banquetas remetiam ao verão, e traziam mais autenticidade ao local.

Estava tão entretida apreciando tudo que mal notei quando Guilherme puxou a cadeira do meu lado e se sentou.

— Sonhando acordada mona? — perguntou divertido.

— Até que enfim um de vocês deu o ar da graça. — reclamei. — Quase fui embora!

— A Cecí ainda não chegou?

— Não, pensei que viriam juntos. — respondi cruzando os braços sob a mesa.

— Estava na casa de um boy aqui perto, vim direto pra cá.

— Você e suas aventuras românticas Gui! — revirei os olhos rindo.

— Alguém desse trio do pop tinha que desencantar né? Já que você e a Cecília não pegam ninguém desde a última guerra mundial. — provocou chamando a garçonete.

— Não é verdade. — retruquei jogando um canudo de plástico nele. — Eu namorei o John!

— E isso faz o que? Uns quatro ou cinco anos?

— Dois e meio.

— Cruzes! Acho que você nem sabe mais beijar.

— Quer testar? — fiz biquinho de peixe, fechei os olhos e me aproximei.

Irritar meu melhor amigo gay era o que eu sempre fiz de melhor.

— Sai pra lá Jade. Da fruta que você gosta eu como até o caroço.

Desatei a rir.

— Ai minha nossa senhora das pocs. Não ri alto assim menina, a sua risada é horrível. Parece uma hiena!

— Cala boca. — disse ainda rindo e lhe estapeando o braço.

Se aquele e-mail desse em alguma coisa (o que eu duvidava) e eu realmente fosse embora do Brasil sentiria muita falta da intimidade e parceria que tinha com Cecília e Guilherme.

A garçonete chegou para anotar nossos pedidos. Eu pedi um sundae de doce de leite combinado com sorvete de creme americano, Gui optou por um açaí na tigela com aveia, amendoim e banana. A entrega das guloseimas foi rápida.

— Senhoras e senhores quem for diabético favor se retirar porque o docinho chegou! — Cília apareceu berrando feito doida.

— Para de ser espalhafatosa e senta aí. — falei brincalhona. — Tá atrasada.

A Segunda esposa do Sheik #1Onde histórias criam vida. Descubra agora