Capítulo | 21

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+18 | livro adulto

Jade Santiago

[Buraidah.]

Eu não saberia descrever a sensação de satisfação que foi ouvir aquelas palavras vindas da boca de Nazira e Surya. Duas mulheres que me humilharam, aproveitando-se duma situação que eu não tinha culpa alguma.

Nunca quis ter rivalidade feminina com ninguém, competir com outra pela atenção e amor de um macho, sequer passou pela minha cabeça. Cheguei à Arábia Saudita com a bandeira branca de paz estendida.

A questão é que Surya não me odiava propriamente por causa de Farid. Desde o primeiro momento ela me odiou por acreditar em sua mente doente que eu tinha recebido a posição de prestígio que antes era só sua.

Nos países asiáticos o primeiro casamento era o mais importante. Mesmo que o homem se casasse várias vezes, o primeiro era "o grande matrimônio". Considerado o principal e a esposa, "a maior" delas.

O fato de meus pais terem recebido um dote tão avantajado, de ter ganhado inúmeras joias e conquistado algo que ela sequer imaginou: o amor de Ara e Naim, provocou ciúme e inveja na criatura.

Melhor que o pedido de desculpas público foi ver a naja arrumando as malas. Ainda tinha um pouco de receio quanto ao divórcio que Rayhan mencionara, apesar de saber que o desenvolvimento seria simples.

O processo de desquite por ali, obviamente favorecia o sexo masculino. De acordo com um costume antigo, o marido poderia dizer "vá embora" três vezes. Depois disso, a mulher tinha de deixar a casa carregando apenas as coisas que estivesse usando naquele momento.

Rayhan, no entanto foi mais gentil permitindo que fizesse bagagens e levasse o que bem entendesse, o que me deixou mais aliviada. Apesar de não me dar bem com ela,unicamente por maltratar crianças e me atacar injustamente. não queria que saísse rechaçada.

Sentei-me na cama de Ara por volta das nove da manhã, e comecei a trançar seu cabelo da raiz até a ponta, em uma escama de peixe lateral.

O penteado folgadinho deixou a garotinha incrivelmente linda.

— Aprovado? — perguntei, entregando-lhe um espelho pequeno.

— Eu adorei Jaja. Tô bonita!

— Você sempre foi bonita bonequinha. O penteado só realçou.

— Posso ir mostrar ao Naim? — questionou com os olhinhos brilhando.

Achei admirável aquela união entre os dois desde tão novos.

— Claro. — beijei-a na bochecha e fui em direção a minha própria suíte.

Quando empurrei a porta tive uma enorme surpresa.

O cômodo estava repleto de rosas vermelhas. Um número estarrecedor sob os lençóis de linho branco, sob a mesinha de cabeceira, em cima da penteadeira, até nas poltronas e divã.

O perfume doce, meio com cheiro de chuva, e brisa enlaçou-me completamente.

Eu que sempre fui fanática por flores, agarrei um dos buquês e levei as pétalas ao olfato, deliciando-me com o aroma delicado.

Estive tão distraída com os últimos acontecimentos que se quer fui aos jardins admirar aquelas preciosidades.

Acomodei o ramalhete junto a mim no instante em que percebi que havia um cartão no centro.

A Segunda esposa do Sheik #1Onde histórias criam vida. Descubra agora