LAUREN POVSAs duas semanas seguintes na França foram bem corridas. Camila, Dinah e eu visitamos a maior parte das escolas públicas da cidade e passávamos basicamente o dia fora. Dinah sabia que o projeto estava caminhado bem, porém ainda faltava muito para que aquela espécie de utopia se concretizasse de maneira sólida e prolongada. Os desafios eram muitos: dinheiro, localização e diversos fatores cruciais, porém depois de toda a caminhada e de todo o envolvimento, era impossível não acreditar que aquelas crianças iam finalmente ter um futuro melhor.
Depois do dia em que eu apresentara meu ponto de vista para Camila, o fato de discutirmos minhas anotações havia virado uma espécie de ritual. Toda noite depois que chegávamos das escolas, Camila me chamava para que pudéssemos conversar. O assunto nunca passava daquilo, nunca mesmo, porém eu já estava começando a me acostumar com a rotina. Eu gostava de pensar que ela gostava da minha companhia, já que apesar de todo o gelo que ela me dava, eu tinha que admitir que eu gostava da companhia dela. Não que ela me tratasse extremamente legal, ou de maneira informal, entretanto era palpável o fato dela ser agradável quando queria, ou pelo menos quando estávamos debatendo sobre coisas não pessoais. Talvez eu gostasse do jeito que ela me olhava quando eu começava a dizer as coisas que fulminavam no meu cérebro, e de como seus olhos ficavam tão atentos as minhas explicações e até mesmo aquele sorriso quase imperceptível que se formava em seus lábios quando eu dizia algo que ela concordava.
Normani fora praticamente dispensada por Camila, e definitivamente "dispensada" não significava que ela perdera o emprego ou fora enxotada da França pela Princesa. Camila apenas disse que não precisava mesmo que Normani dissesse todas aquelas coisas o tempo todo, coisas sobre comportamento em público, e que morena poderia aproveitar a mordomia do Palácio Francês aqueles dias. Normani entendeu totalmente, tinha inclusive me contado que Camila vez ou outra fazia aquilo e que ela já estava acostumada.
Eu havia ligado pelo menos cinco vezes para minha mãe aquela semana, tive que ouvir por horas sua indignação quanto a decisão do meu pai de ter paralisado minha faculdade e me mandado para a América e logo em seguida para França. Eu até poderia me juntar a ela com toda indignação, porém ao invés disso me peguei contando tudo que eu havia visto naqueles dias, sobre as crianças e o projeto. No fim ela havia me mandado tomar cuidado e voltar logo, como se eu tivesse escolha.
Naquele momento eu encarava Camila bem na minha frente, estávamos em uma das nossas sessões de discussão diárias e como sempre, ela estava irritavelmente bonita. A princesa usava um vestido que acentuava suas curvas, era culto na medida do possível já que ia até os joelhos, porém não era como se seus seios e bunda passassem despercebidos. Ela falava algo sobre o material escolar da França e eu não conseguia prestar a menor atenção ao que ela explicava.
Acontece que já fazia alguns dias que eu me via perdida em Camila Cabello.
De alguma forma em alguns momentos eu me fixava tanto em notar seus pequenos detalhes que acabava me perdendo em suas palavras. O que ela dizia era envolvente, porém o som da sua voz também era, e o jeito em que gesticulava as mãos quando falava também. Era como ver um filme legendado e não saber decidir entre prestar atenção na imagem ou nas palavras traduzidas.
- O que você acha sobre isso Jauregui?- fora a primeira vez que ela me chamara de algo sem acrescentar o "senhorita".
Seria aquilo uma evolução? E droga, porque eu estava pensando em evolução no quesito Camila? Iríamos nos separar em apenas algumas semanas, não era como se fossemos de repente se tornar melhores amigas ou algo do tipo.
- Eu acho incrível...- respondi não fazendo a mínima idéia do que ela estava falando.
- Incrível o fato de tantos livros serem jogados no lixo por causa do projeto, Senhorita?
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The Crown - Camren
FanfictionCamila Cabello, a fria e segura princesa da América, não imaginou que conviver com Lauren Jauregui, uma universitária britânica filha de um politico importante, fosse mexer tanto com sua vida, e até mesmo ameaçar derreter todo seu polo norte. Como...