As vezes eu ficava me questionando sobre o por quê do meu universo ter se colidido com o de Camila Cabello.
Talvez o destino achasse que eu era do tipo que adorava levar patadas.
Ou do tipo que amava ser totalmente ignorada de vez em quando.
Ou do tipo que adorava ser capturada por olhos escuros e frios.
Camila era tão imprevisível, que as vezes eu tinha a impressão de que ela era alguma obra divina criada para torrar os neurônios de quem estivesse ao seu redor. Era uma bagunça, porém um bagunça perfeita.
No dia seguinte em que Cabello tinha ingerido álcool naquela boate e passado horas e horas conversando exclusivamente comigo, foi como se nada tivesse acontecido. Pense em uma mente isenta de acontecimentos, essa parecia a mente de Camila, já que foi como se eu nunca tivesse desabafado com ela sobre a minha vida ou como se ela nunca tivesse rido das minhas piadas ridículas enquanto estávamos sentadas naquele maldito balcão.
- Precisa de algum remédio de ressaca, Alteza?- eu tinha perguntando em tom humorado enquanto descíamos a escadaria para o café da manhã.
Ela pareceu ter me olhado com irritação.
- Eu deveria estar rindo, Senhorita Jauregui?- suas palavras soaram tão frias e sólidas que eu poderia jurar ter levado um soco.
O semblante brincalhão que eu tinha no rosto fora sugado por um aspirador gigante e invisível.
- É que eu achei que...
- Não tem que achar nada. – disse em um tom impassível segurando aqueles malditos olhos em mim. Eu estava encarando o iceberg que afundou o titanic. Sim, definitivamente eu era o titanic sendo afundado e destruído por Camila Cabello.
Como eu poderia achar que algo mudaria depois de uma noite? Me senti pisada. Não que eu quisesse que de repente virássemos melhores amigas porquê havíamos dividido alguns shots de bebida, entretanto o que custava ser menos fria? Menos insensível?
Depois daquela resposta eu não havia tocado naquele assunto nunca mais. Se quer havia trocado alguma palavra com Camila pelo resto do dia.
Nos quatro dias seguintes, quando ela me chamava educadamente para conversarmos sobre o protejo, eu havia inventado dores de cabeça falsas, apenas para não ter que entrar no quarto dela e fingir que sua resposta não havia me machucado. Funcionara, já que Camila não era de insistir, ou talvez ela nunca precisasse insistir para ninguém, já que aquela velha frase de "Seu desejo é uma ordem", era perfeitamente enquadrada a ela.
- Você precisa dar uma trégua a ela, Lauren...- disse Dinah pensativa.
Era sexta a tarde e estávamos sentadas em um dos bancos localizados no jardim Real. Estava um dia ensolarado, porém fresco. Não havíamos ido visitar escola alguma e Dinah me arrastara para o ar livre. Eu nem havia tentado protestar, já que ir contra Dinah, era uma ação em vão.
- Trégua pra quem?- rebati.
Dinah tinha entrado naquele assunto de repente, e apesar de eu ter quase certeza sobre quem ela falava, decidi me fazer de desentendida.
- Camila. – disse simplesmente. – Você mal fala com ela. Você pediu pra eu te cobrir sobre as dores de cabeça, mas tá começando a dar muito na cara que está evitando ela.
Dei de ombros fingindo não me importar.
- Eu falo com ela.- afirmei.
Dinah revirou os olhos.
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The Crown - Camren
FanfictionCamila Cabello, a fria e segura princesa da América, não imaginou que conviver com Lauren Jauregui, uma universitária britânica filha de um politico importante, fosse mexer tanto com sua vida, e até mesmo ameaçar derreter todo seu polo norte. Como...