Capítulo 30

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Uma semana havia se passado.

Annie estava feliz pelo novo emprego do marido, o que me deixava feliz também. Finnick tinha se dado bem com Delly, que logo gostou do trabalho dele, e o contratou no dia de seu teste.

Gale vinha trabalhando direto, o que o afastou um pouco de todos, até mesmo de Madge, que ainda estava estranha, mas que havia se negado a conversar com Annabelle, que insistiu algumas vezes durante a semana.

No colégio ainda era a mesma coisa. Depois de saber sobre a detenção, eu até tentei mudar minha postura diante dos alunos, mas eu realmente não levava nenhum jeito pra isso. A única coisa boa que me mantinha firme naquele lugar, era ter a certeza de que eu poderia ver o sorriso de Peeta a cada intervalo de aula, ou durante o almoço.

Segredar nosso namoro não tinha se mostrado ruim. Nós ainda tínhamos bastante tempo a sós em meu apartamento, e quando estávamos acompanhados, Peeta se comportava. Até certo ponto. Ele sempre arranjava um jeito de me provocar, e eu ficava tão absolta quando isso acontecia, que eu cedia facilmente, quando ele tentava me beijar, sempre sentindo algo estranho em meu estomago. Talvez fosse as famosas borboletas.

Isso fazia com que eu me sentisse realmente uma adolescente, porém, dessa vez, isso não me incomodava nem um pouco.

Duas batidas em minha porta, foi o suficiente pra me fazer saltar do sofá e correr até ela, destrancando-a de imediato.

Para minha surpresa, não era Peeta do outro lado. Madge estava com o rosto vermelho e os olhos brilhando com lágrimas, fungando algumas vezes, enquanto encarava os próprios pés.

– O que aconteceu? – perguntei preocupada, puxando-a pra dentro e fechando a porta.

Gale estava trabalhando em sua própria casa, em pleno domingo, com o desenvolvimento de um novo software empresarial, o que havia deixado Madge completamente sozinha no apartamento ao lado.

Ela ergueu o rosto para olhar ao redor, e depois me fitou.

– Eu preciso conversar com alguém. – murmurou.

– Tudo bem. – tentei dar um sorriso para conforta-la, mas era difícil quando nem eu mesma sabia como fazer isso. – Senta ai. Eu vou pegar água pra você.

Eu lhe dei as costas e caminhei em direção a cozinha, enquanto tentava imaginar porque Madge havia me escolhido para conversar. Ela estava com Gale há um bom tempo, e nós nunca realmente conversamos sobre algo. Não a sós. Não sobre algo que parecia sério demais para sair falando pra qualquer um.

Um pequeno nó se formou em meu estomago, devido a ansiedade. Eu não saberia como agir. Eu era péssima nisso.

Suspirei, voltando até Madge, e estendi o copo cheio com água fria, antes de sentar ao seu lado.

Ela o segurou, soltando um "obrigada" quase inaudível, depois começou a bebericar sua água, como se tivesse medo de bebê-la.

Madge ergueu seus olhos azuis em minha direção, apertando o copo entre seus dedos.

– Você pode falar, Mad. – dei um pequeno sorriso.

Ela afirmou levemente, e olhou pra baixo, encarando o copo.

– Como você não costuma contar nada para os outros, eu posso confiar um segredo a você? – perguntou em tom baixo.

– Claro. – em um ato de puro reflexo, coloquei a mão em seu braço, próximo ao pulso. – Você pode me contar qualquer coisa, Madge.

Ela olhou onde minha mão estava, mas eu não a retirei. Em seguida, Madge ergueu seu rosto para me encarar.

– Eu estou grávida. – soltou de supetão, quase em um fio de voz.

O Sol em meio à tempestadeOnde histórias criam vida. Descubra agora