Capítulo 38

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– E então, Mellark. – Tresh, o professor de economia chamou minha atenção, fazendo-me erguer os olhos do meu copo de café. – Nos conte como funciona esse efeito "sou professor de educação física" nas mulheres.

Havia uma palestra acontecendo no auditório, deixando algumas aulas vagas para alguns professores. Eu fui o primeiro a chegar na sala dos professores, e decidi preparar um café, enquanto estava sozinho. Só depois de me acomodar ao redor da grande mesa retangular, que Tresh e Seneca apareceram. Eles conversavam entre si, até me incluírem no assunto.

– Como assim? – questionei.

– É fácil perceber como as mulheres só olham pra você nesse colégio. – Seneca, professor de Química, respondeu. – O segredo é ser professor de educação física mesmo? – indagou.

Soltei um riso silencioso, e balancei a cabeça.

– Não sei mesmo do que vocês estão falando. – falei, bebericando meu café.

A porta da sala dos professores foi aberta.

– Oi, Peeta. – Cashmere cumprimentou, abrindo um sorriso, assim que me enxergou.

– Oi. – respondi sem jeito, voltando a dar atenção para meu copo.

Fazia quase dois dias que Katniss tinha reagido com ciúmes por causa de Cashmere. Nós não conversamos sobre o assunto, e eu jamais insistiria com ela, o que ela não quisesse me dizer. De qualquer maneira, eu evitava essas situações, mas nem sempre os momentos ajudavam.

– Do que estavam falando? – perguntou, sentando-se a minha frente.

Tresh e Seneca se olharam, e logo voltaram a dar atenção a ela.

– Sobre Peeta e a facilidade que ele tem de ganhar um sorriso das mulheres. – Seneca respondeu, fazendo-a me olhar com um novo sorriso. – Disso mesmo que estávamos falando. – Cashmere voltou a olha-lo. – Por que vocês ficam tão bobas com ele?

– Difícil explicar. – ela olhou em minha direção. – Ele tem um belo sorriso, e olhos lindos, mas com certeza é a forma que Peeta costuma tratar as pessoas. É simplesmente apaixonante. – Cashmere respondeu, me fazendo inspirar devagar, e desviar os olhos para meu café novamente. – E o que mais impressiona é o fato dele não dar bola pra ninguém de verdade.

– Você é gay, cara? – Tresh perguntou.

Ergui os olhos pra eles, e acabei rindo.

– Não. Eu gosto de mulheres. – esclareci. A porta foi aberta novamente, e minha pequena apareceu por ela. – Na verdade, só de uma em especial. – a olhei por dois ou três segundos, desviando o olhar quando Katniss me olhou.

– Você está amando alguém? – Seneca questionou curioso, e eu apenas assenti. – É alguém daqui?

Pude notar Katniss se movimentando pela sala dos professores, mas assim que Seneca fez a pergunta, ela parou o que estava fazendo, para me olhar.

– Sim. É alguém daqui. – bebi um pouco do meu café.

– É a Cash? – Tresh interrogou, com um sorriso esperto.

– Não. – balancei a cabeça algumas vezes. – Por que seria ela?

– Porque ela é linda. – Seneca respondeu olhando em direção a professora de Álgebra.

– Obrigada. – ela sorriu pra ele.

– Peeta. – ouvi a voz de Katniss, e a procurei com os olhos, podendo enxerga-la já na porta, pronta para sair. – Podemos conversar? – perguntou sem olhar pra mim, segurando a maçaneta.

O Sol em meio à tempestadeOnde histórias criam vida. Descubra agora