Capítulo 60

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– Esse é o banho mais longo da minha vida – comentou Katniss, deslizando as mãos por minhas costas, para logo me soltar do abraço que ela me mantinha.

Assoprei a água, que caía sobre minha cabeça, e obstruía minha boca, acertando o rosto molhado de Katniss, o que a fez rir.

– Qual é o problema de um banho longo? – questionei, enquanto ela virava de costas, para fechar o chuveiro. – Não faça isso – pedi, segurando sua cintura, tentando afasta-la do registro.

– Já gastamos muita água, meu bem – disse em tom divertido, com o braço direito esticado, diminuindo a água que caía sobre nós, conforme fechava o registro do chuveiro.

Estreitei os olhos, para sua teimosia, e a puxei pra mim, empurrando-a, em seguida, contra a parede. Quando suas costas entraram em contato com a frieza dos azulejos, sua boca se entre abriu, enquanto seus olhos tornavam-se agitados para me fitar.

Dei um sorriso torto, e pressionei, demoradamente, meus lábios contra os dela, antes de me afastar, e sair do box.

– Quanta maldade – resmungou, atrás de mim.

– Quem mandou não me dar ouvidos? – retruquei, alcançando minha toalha branca.

Katniss passou por mim, para pegar a toalha verde, que ela mesmo havia deixado em minha casa a meses atrás.

– Eu sou perita em não dar ouvidos aos outros – respondeu, se enrolando na toalha. – Você sabe disso – completou, abrindo a porta do banheiro.

Com os olhos atentos em Katniss, eu a acompanhei caminhar pra fora. O andar dela era tão gracioso, que eu me perdi facilmente no movimento de seu corpo, conforme ela marchava pelo quarto.

– Pretende ficar ai? – perguntou, de costas pra mim, enquanto abria uma das gavetas da minha cômoda.

– Talvez – respondi, enrolando a toalha na cintura.

– Não acho que tomar banho sozinho, vai ter graça pra você – rebateu, e eu sabia que Katniss estava sorrindo.

Balancei a cabeça, sorrindo, e decidi sair do banheiro.

– Você está com fome? – questionei, depois de vestir apenas uma bermuda velha.

Katniss ainda estava de costas pra mim, e eu podia imaginar suas bochechas coradas, só por pensar que eu a assistia se vestir.

– Sim – respondeu, puxando o short do pijama pra cima.

Seu tronco ainda estava despido, por isso, eu sabia que ela não viraria pra me olhar.

– Vou fazer algo pra gente – falei, me aproximando de Katniss. – Prefere esperar aqui? – perguntei, abaixando levemente, para beijar suas costas nuas.

Sua pele se arrepiou, me fazendo sorrir, e ela parou de mexer nas gavetas, onde, creio eu, ela procurava a blusa do pijama.

– Sim – seu tom de voz denunciava um sorriso. – Vou dar uma arrumada no quarto.

Sorri torto, e empurrei seus cabelos molhados, com o nariz, para beijar sua nuca.

– Arrumar pra quê? Vamos bagunça-lo de novo – sussurrei em seu ouvido.

Katniss riu baixo, e encolheu o pescoço.

– Saia daqui – ordenou, voltando a mexer nas gavetas.

– A senhora quem manda – respondi, beijando seu ombro nu, antes de decidir me afastar.

Quando voltei ao quarto, com uma bandeja carregada de sanduiches, e dois copos de suco, Katniss já tinha dado um belo trato no ambiente.

O Sol em meio à tempestadeOnde histórias criam vida. Descubra agora