Capítulo 73

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Naquela noite de sábado, as coisas acabaram saindo melhor do que eu imaginei.

Contar sobre a gravidez foi a parte mais fácil, apesar de Katniss ter ficado tão envergonhada, que eu precisei começar sozinho, depois que ela abriu e fechou a boca várias vezes na frente de todos.

Meus pais foram os que mais pareceram encantados com a notícia, principalmente quando a minha pequena soltou quase em um sussurro a frase: "sim, estou esperando uma miniatura do Peeta", para sanar a dúvida de Delly, que parecia surpresa demais, para acreditar no que eu havia dito. Tudo bem. Aquela frase mexeu até comigo, mas eu não contava muito, afinal de contas, tudo relacionado ao bebê, me deixava extremamente bobo.

Quando eu e Katniss ficamos sozinhos, tivemos a conversa que eu havia prometido, e, apesar de eu me sentir constrangido com os momentos em que quase perdi o controle com Johanna, contei cada detalhe que eu me lembrava, incluindo a parte onde eu levaria o dinheiro e a papelada na segunda-feira à tarde, para colocar um ponto final em todo aquele estresse.

Assim que eu me calei, notei que Katniss estava concentrada em algo além do que minhas palavras explicaram, mas antes que eu questionasse, a primeira frase que saiu de sua boca, depois de minutos em silêncio me ouvindo, foi:

– Eu vou com você.

Depois daquilo, ela não me deu mais abertura para saber em que ponto seus pensamentos haviam chegado com todas aquelas informações, já que Katniss acabou me distraindo, me convidando pra tomar um banho, antes de dormirmos.

Passamos o domingo sem tocarmos naquele assunto, mas eu também não fiz questão, quando me dei conta logo cedo, que minha pequena pretendia passar o dia todo na cama. Eu que não seria louco em discordar. Ainda mais quando ela me beijava sem pudor nenhum, e sussurrava em meu ouvido o quanto me amava.

Já na segunda-feira, assim que sentamos para tomar o nosso café da manhã, antes de irmos trabalhar, Katniss começou a fazer uma pequena lista do que faríamos durante o dia, incluindo a retirada no banco:

– Eu tenho um pouco mais da metade do que vocês combinaram – ela comentou, bebericando seu café com leite, enquanto, de cenho franzido, estudava sua conta bancária na tela do celular. – Podemos usar? – perguntou, erguendo os olhos em minha direção.

Eu não queria parecer mal agradecido, ou deixar Katniss acreditar que eu não valorizava todo o esforço que ela precisou fazer para conseguir aquele dinheiro, então, abrindo um pequeno sorriso, respondi:

– Só se você quiser, amor.

E eu não me surpreendi quando Katniss afirmou querer, com uma expressão agradecida, talvez por eu não ter tentado discutir sobre o assunto.

Então, depois que checamos a sua lista, e decidimos que estava tudo em ordem, fomos para o colégio, com a minha cabeça latejando de preocupação. A cada minuto que eu chegava mais perto de colocar um ponto final naquela situação, mais eu me sentia agitado, e com medo de Johanna surtar, desistindo do nosso acordo.

– Você está bem? – Katniss perguntou, assim que estacionei o carro rente ao meio fio.

Virei a cabeça, para fita-la no banco carona, dando-me conta da pequena ruga de preocupação em sua testa, enquanto ela mesma apertava nervosamente entre seus dedos, o envelope pardo, que continham os papeis do meu divórcio.

– Pra ser sincero... Eu não faço ideia – respondi, tirando o cinto.

– Como assim?

Respirei fundo, para logo em seguida me debruçar em direção a Katniss, e abrir o porta-luvas.

O Sol em meio à tempestadeOnde histórias criam vida. Descubra agora