Capítulo 28

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– Eu desisto dessa porcaria. – resmunguei, enquanto eu curvava meu corpo pra baixo, começando a usar as mãos, para tentar me desvencilhar da lona da barraca, que havia se embolado em meus pés.

– Você apoiou a ideia de acampar. – Annie me lembrou, me fazendo erguer a cabeça para encara-la com certa raiva. – Não me olhe assim. Não falei nenhuma mentira. – ela deu de ombros.

Voltei a resmungar um pouco mais, chutando tudo o que me atrapalhava a sair daquele ninho. Quando meus pés finalmente ficaram livres, dei alguns passos para o lado, distanciando-me daquele negócio que, pra mim, não parecia que em algum momento viraria um lugar pra dormir.

– Assim você vai estragar minha barraca. – Finnick disse receoso, com certeza por culpa do meu estresse repentino.

– Cadê o Peeta? – Gale questionou, olhando ao redor, e logo voltou a me encarar. – Ele com certeza te ajudaria com a barraca. – meu melhor amigo abriu um sorriso presunçoso.

– Eu não sei. – cruzei os braços, olhando para os lados e voltei a encarar Gale. – Peeta montou a dele e sumiu.

– Em todo caso, você pode dormir com ele, se não conseguir montar a sua. – Annabelle provocou, me fazendo revirar os olhos.

– Comentário desnecessário. – retruquei.

– Por que esse estresse todo? – minha irmã questionou. – Você estava bem sorridente enquanto Peeta te carregava. – ela ergueu uma sobrancelha.

Annie não estava errada, mas nem ela, nem ninguém precisava saber a causa do meu nervosismo.

– Me deixa, Annabelle. – descruzei os braços.

– Acho que é porque o Peeta sumiu de vista. – Annie disse, parecendo ignorar meu comentário.

Senti meu rosto esquentar.

– Cuida sua vida! – exclamei, antes de sair pisando duro, em direção as árvores.

Eu ainda sentia que estava constrangida. Raramente eu me estressava daquela forma, e muito menos beirava ao ponto de gritar com alguém, mas eu estava inquieta. Desde que paramos para montar nossas barracas no local que Finn tinha escolhido, eu havia notado que Peeta estava incomodado com alguma coisa, o que de certa forma, me deixou agitada. Claramente, eu cheguei a pensar que era comigo o problema, então seu silêncio, seguido de seu sumiço, simplesmente me estressou, já que eu, ao menos sabia o que estava acontecendo.

Não precisei andar muito pela trilha que ficava entre o verde das árvores, para ser surpreendida com um toque firme em meu braço, que logo foi puxado, fazendo meu corpo bater com certa força contra algo sólido.

Meu coração havia acelerado por culpa do susto, mas em minha cabeça eu sabia que seu ritmo havia se intensificado muito mais ao olhar naqueles olhos azuis, que pareciam sorrir pra mim.

– Não faça mais isso. – falei baixo, tentando controlar minha respiração que havia se alterado, assim que notei que estávamos próximos demais.

– Desculpa. – Peeta soltou meu braço e deu meio passo pra trás. – Eu estava indo te buscar. Quero te mostrar uma coisa.

– No meio do mato? – franzi o cenho.

Peeta riu.

– Eu não faria nada com você no meio do mato. – ele pareceu pensar em algo. – Bom. Nada que eu não possa fazer fora dele. – ele piscou pra mim, me fazendo corar. Peeta sorrio, depois de deixar seus olhos passearem por meu rosto. – Você confia em mim? – questionou, estendendo a mão direita em minha direção.

O Sol em meio à tempestadeOnde histórias criam vida. Descubra agora