Ensina-me

Capítulo Dois

ATUALIZAÇÃO (Outubro de 2024): Em um bom tempo desisti do livro. Decepcionei vários leitores, porém, eu estou continuando.

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Joana chegou até mim, mas veio caminhando de uma forma tão graciosa, que aquilo a diferenciava de todas as alunas que vi antes dela. Com um pequeno decote, seus seios já pareciam querer saltar para fora de sua blusa preta e justa. Ela sorriu para mim e não pude deixar de retribuir com meu melhor sorriso, para ser sincera, a garota me deixava até constrangida pela sua beleza óbvia.

– Novata! Como vai? – Seus braços me envolveram e não pude deixar de abraça-la de volta.

– Estou bem e você? – Perguntei nervosa.

– Estou ótima, querida. Venha, vou te mostrar a nossa sala e quero te apresentar o colégio todo.

Fui puxada de repente pelos braços e Marc fora deixado para trás em questão de segundos, ela andava tão rápido que temi tropeçar em meus próprios pés enquanto a seguia desgovernada.

Quando chegamos finalmente no que parecia ser a sala de aula e entramos, as carteiras ainda estavam vazias em sua maioria e me dava a oportunidade de escolher onde eu desejava sentar, sendo assim, escolhi a primeira que ficava de frente a uma mesa mais larga que deveria ser dos professores.

– Quer sentar aqui mesmo?– Joana perguntou-me surpresa enquanto se acomodava ao meu lado. – Essa mesa já tem dona, mas pode ficar tranquila que eu coloco a pessoa em outro lugar em um piscar de olhos, amiga.

– Amiga? – Não pode ser, eu mal podia acreditar no que acabara de ouvir.

Uma amiga do colégio era outra coisa da qual eu desejava muito após conseguir estudar em uma escola de verdade, Joana havia dito que somos amigas, ela não sabia o quão importante isso era para mim.

Meus olhos deveriam estar brilhando enquanto eu a encarava com um sorriso bobo, pois ela me olhava de uma forma como quem não estivesse entendendo muito bem minha reação diante de suas palavras.

– Bom, acredito que podemos ser amigas, não é mesmo? – Ela deu de ombros e fez um leve beiço.

– C-Claro que sim! – Respondi quase em um grito de animação – Eu nunca tive uma amiga de verdade, eu tenho certeza que irei amar demais da conta ser sua amiga.

Eu tive que confessar que ela seria a primeira, pois numa amizade, algo que importa muito é a sinceridade e a ausência de segredos.

– Sim, está certa. Mas me diga, qual teu nome completo?

– Maria Alice Vianna, e o seu? – Mordi meus lábios para conter um suspiro que queria escapar.

– Joana Beatriz Monteiro – Ela começou a rir e ainda aos risos, tentou continuar – Eu acho meu nome um horror, desculpe estar rindo assim, mas é que eu não acho que combina.

– Seu nome é muito bonito, não pense isso... – Tentei confortá-la – Eu posso te chamar de Bea?

– Pode sim, mas olha ali. – Ela apontou o dedo para a porta onde havia uma mulher mais velha que nós – Essa professora é muito chata, finge que não existe mais ninguém na sala além dela e você vai aprender a suportá-la. – Sussurrou-me.

– Está certo... – Sussurrei de volta e me virei para frente.

Me concentrei para ignorar todos ao meu redor, eu não queria falhar na primeira aula. A professora esperou alguns minutos na porta enquanto todos chegavam e se acomodavam em suas mesas. Uma menina passou ao meu lado e eu não consegui ignorar a sua presença. Ao passar por mim, a mesma teve um descuido – Pelo menos era o que eu achava ser– e trombou comigo que estava sentada. Pela energia ruim vindo dela, também pensei na possibilidade de ter sido propositalmente.