Capítulo trinta e um

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Um capítulo diferente para vocês:

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O despertar do celular me fez querer matá-lo, ou melhor, quebrá-lo por inteiro quando soou de manhã. Ao meu lado encontrava-se vovó dormindo profundamente – sua respiração não negava o quanto seu sono era pesado. Até pensei em acordá-la, porém, o descanso me pareceu mais saudável para ela.

Acariciei brevemente seu rosto antes de me levantar, sua pele flácida dizia o quanto já havia vivido e que o tempo nada era gentil conosco.

Ando lentamente até meu quarto e procuro por um jeans qualquer, uma blusa qualquer, e meu tênis branco de sempre. Não havia motivos para embelezar-me toda diante da situação que minha vida se encontrava, e caso eu o fizesse, pareceria até insensível.

Diante do espelho do banheiro, notei que estava começando a aderir uma leve olheira e uma expressão exausta. Os fios de cabelo que caíam ao redor de meu rosto apenas reforçava meu estado deprimente e medonho. Pois é verdade, eu estava horrenda! O mínimo que eu poderia fazer, é manter a boa higiene. Do resto? Eu pouco me importava agora.

Deixei um bilhete sobre a mesa dizendo que havia ido pra escola com a Jess, inventei que ela e sua mãe passaram me pegar após eu pedir a carona na noite anterior. E eu sei que ela acreditaria sem questionar.

Mentir era algo que sempre odiei, e ultimamente é uma das coisas que ando fazendo com bastante frequência. Talvez isso não seja tão péssimo quanto aparenta ser, pois a mentira também pode servir para privar algumas pessoas de más noticias.

O que estou pensando? Mentir não é o correto! Repreendo à mim mesma antes de sair de casa com a mochila pesando em minhas costas.

O celular em meu bolso traseiro vibrou assim que ameacei virar a esquina, e obviamente, o peguei feito uma louca que está há anos esperando por algo bom em sua vida.

"Jess é uma boa amiga. Me passou até seu endereço"

A mensagem de Arthur surgiu para me deixar com o coração nas mãos já cedo. E eu já não sabia mais o que eu tinha de tão especial que andava atraindo homens de todo quanto é canto!

Bufei enquanto observava minha direita e esquerda imaginando que ele pudesse estar em algum lugar bem próximo.

Mais uma mensagem chega, da qual quase me faz revirar os olhos mil vezes seguidas.

"Aqui atrás"

Olhei rapidamente para trás e eis que surge o ser humano que, de insistência, ficava apenas dois pontos atrás de Jonas.

Arthur caminhava em minha direção deixando nossa distância cada vez menor, tão mínima, que logo ele me puxa para um abraço apertado.

– Eu sinto muito pela sua avó – seu rosto afundou-se em meus cabelos e pude ouvir quando ele cheirou forte a região de meu pescoço – Jess me contou, e eu insisti para que ela me dissesse seu endereço. Confesso que... – ele me solta e começa estalar seus próprios dedos – eu nem sei o motivo de ter vindo aqui esse horário, e me surpreendi que não esteja saindo de sua casa com sua avó.

Argh! Como ser indiferente à tanto afeto vindo dele?

Lá estava eu intimidada e encolhida diante de Arthur, e pela primeira vez, vi em seus olhos uma tristeza tão profunda... Que nem seu sorriso conseguia disfarçar.

– Fiquei com pena de acordá-la, por isso – começo a caminhar enquanto encaro minhas mãos em frente ao corpo – ela... Ela está com câncer, então acho que ficará difícil ir pra escola com... Ela.

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