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Parados em frente ao colégio, Arthur sugeriu que esperássemos sentados em um banco que ficava ao lado da entrada da escola, bem próximos da escada onde todos iriam descer em massa para ir embora. Sua mão segurava a minha com força, e seus olhos fitavam a todo momento ao nosso redor. Não sei se era certo pensar que havia um pouco de medo o envolvendo, mas percebia nitidamente sua preocupação em estar ali comigo, parecendo estarmos tão íntimos repentinamente.
Procuro seu olhar na tentativa de ver mais, achar em seus olhos alguma coisa que dissesse o quanto nossa aproximação estava sendo boa para ele, porém, senti que sua pele ficava gélida a cada segundo que se passava.
– O que foi? – pergunto intrigada.
Ele balança a cabeça de um lado para o outro como se tentasse afastar algum pensamento de sua mente. Uma reação um tanto estranha para quem estava tão entregue minutos atrás.
– Você não tem sorte, Alice – vejo seu nariz franzir antes de continuar – e eu também não. Mas acho que podemos lidar com o que está por vir, você não acha?
Sua duvida tornou-se a minha duvida. Do que ele estava falando?
– Seja mais claro – sugeri com um ponto de interrogação acima de minha cabeça.
– Joana te odeia por um motivo – ele retira o celular de seu bolso e procura algumas fotos em sua galeria – olhe para ela.
Quando ele deixa seu aparelho em minha frente, vejo uma menina sorrindo de forma ingênua. Seus olhos eram acinzentados e por pouco não se tornaram azuis como os meus. Seus lábios continham uma tonalidade rosada natural, mas havia uma coisa que era extremamente idêntica à mim, os cabelos levemente ondulados na coloração loira puxada para o cobre faziam dela uma versão de mim mesma onde até chegou a espantar-me.
– Ela se parece comigo – opino ainda encarando a foto – um pouco...
– Quando eu te vi chegando com Joana, não consegui disfarçar o quanto eu estava infeliz ao lado dela. Tanto é, que você presenciou minha irritação e a forma com que ela disse ao perguntar se eu "estava assim pela novata".
Me recordei imediatamente do quanto ele parecia zangado e anti-social quando Joana me levou à mesa deles no primeiro dia de aula. Mas jamais imaginei que o motivo de sua revolta fosse meus traços semelhantes aos de sua ex.
Eu não conseguia culpá-lo por sentir-se assim, por ver em mim a pessoa que tanto amou e perdeu para sempre. Não me senti diminuída mesmo tendo consciência de que seu desejo em me ter ao seu lado poderia ser apenas uma forma de aliviar a dor de sua perda, matar a saudade e relembrar o amor de sua vida. De qualquer maneira, eu sabia que havia sentimento em suas ações para comigo.
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Ensina-me
RomancePara aqueles que gostam de um cliché cercado de drama e aventuras perigosas no amor, a história vem recheada com romance proibido e momentos dramáticos. Maria Alice foi criada no interior e se viu encantada ao pisar pela primeira vez num colégio d...